Ruína ao lado da estação de São Bento dá lugar a apartamentos turísticos
Projecto do atelier Pedra Líquida propõe fachada com obra de Vhils, que ainda está a ser avaliada.
A fachada em ruínas que pontua o cruzamento entre a Rua do Loureiro e a Avenida da Ponte, junto à estação de São Bento, no Porto, vai dar lugar a um edifício de habitação colectiva, com a assinatura do atelier Pedra Líquida. O projecto coordenado pelo arquitecto Nuno Grande poderá incluir uma intervenção do artista urbano Vhils, numa parede cega voltada para a avenida, a mais próxima da gare ferroviária.
Há anos que a ruína, uma espécie de não-lugar numa zona reabilitada pela abertura da Avenida da Ponte e a construção da Linha Amarela do metro, aguarda uma intervenção. Houve várias ideias para o local, mas só agora avança a reabilitação deste espaço encostado à escarpa sobre a qual se desenvolve o casario com frentes para a Rua do Loureiro e a travessa homónima.
O projecto já aprovado, e que foi esta segunda-feira divulgado pelo banco BPI, que financia esta obra com dois milhões de euros, parte deles do IFRRU, um instrumento financeiro para a reabilitação urbana, tem a assinatura do atelier portuense Pedra Líquida. Prevê a edificação de um prédio com uma frente estreita para a rua do Loureiro e uma nova fachada para a Avenida da Ponte, com 16 apartamentos turísticos.
Há pouca informação ainda sobre a intervenção, que inclui uma eventual participação de Vhils, que terá de ser aprovada pela Direcção-Geral do Património Cultural, dada a proximidade a um imóvel de Interesse Público, a estação, e a sua inclusão na área classificada pela Unesco como património da Humanidade. A simulação tridimensional divulgada à imprensa mostra um edifício sem varandas, que tenta diluir-se, nas linhas simples e nas cores escolhidas, na escarpa granítica.
Esta segunda-feira foi também divulgado por dois jornais que a EDP vendeu a um investidor indiano o Palacete Bijou, situado no Batalha, no cruzamento da Rua do Duque de Loulé com a Rua Alexandre Herculano. Segundo o Eco e o Dinheiro Vivo, a eléctrica portuguesa conseguiu seis milhões de euros por um imóvel que chegou a estar à venda por cinco milhões.Trata-se de uma propriedade com cinco mil metros quadrados de área construída acima do solo, distribuídos por três edifícios contíguos, e que poderá ser usado para habitação ou para hotelaria. O palacete está situado numa zona central, a centenas de metros de São Bento e perto, também da ponte do Infante.