Anúncios do YouTube utilizados para criar criptomoedas

Ao utilizar os computadores de outras pessoas para criar criptomoedas, os criminosos conseguem obter lucro ao ignorar as maior despesa envolvidas nessa actividade – gasto de energia eléctrica.

Foto
O programa estava a utilizar até 80% dos processadores dos computadores atacados LUSA/LIU XINGZHE/CHINAFILE

Os anúncios do YouTube são novamente alvo de problemas – desta vez, com criptomoedas. A semana passada, vários visitantes do site de vídeos do Google repararam que os seus dispositivos ficavam mais lentos quando navegavam na plataforma. Alguns, recebiam mensagens dos antivírus instalados a dizer que estavam a ser alvo de um ataque. A origem, descobriu-se, era o Coinhive, um programa de computador que permite aos subscritores utilizar o computador de outras pessoas, sem estas saberem, para criar uma criptomoeda chamada monero.

O alerta foi dado pela empresa de cibersegurança Trend Micro, que verificou um aumento de 285% de pessoas a utilizar o programa da Coinhive no dia 24 de Janeiro. O YouTube também já admitiu o probema. “Isto é uma forma relativamente nova de abuso, que vai contra as nossas políticas e que temos estado a monitorizar atentamenta”, lê-se num comunicado que circula na imprensa. “Neste caso, os anúncios problemáticos foram bloqueados em menos de duas horas e os responsáveis foram removidos da nossa plataforma”, acrescenta o porta-voz do YouTube. De acordo com dados da TrendMicro o problema afectou utilizadores no Japão, França, Taiwan, Itália e Espanha.

Ao utilizar os computadores de outras pessoas para criar criptomoedas, os criminosos conseguem obter lucro ao ignorar a maior despesa envolvida nessa atividade – gasto de energia eléctrica. O programa da Coinhive consegue utilizar até 80% da capacidade de processamento dos computadores que ataca (é por isso, que as máquinas se tornam mais lentas). O caso faz parte de um fenómeno conhecido por “criptojacking”, que aumentou com o interesse crescente pela bitcoin e outras criptomoedas. Sites como o YouTube são dos mais apelativos para atacantes, porque cada utilizador tende a ficar várias horas no site.

A monero é uma criptomoeda inspirada na bitcoin. Tal como a criptomoeda original, permite transferências anónimas e impossíveis de seguir, porém, é menos transparente. Não se consegue seguir as transferências feitas em moneros ao longo do tempo e da blockchain. Além disso, é mais fácil e rápida criá-la a partir dos processadores de telemóveis e computadores em casa, algo que com a bitcoin é quase impossível.

Sugerir correcção
Comentar