O duche é bom. Lava por fora e pode purificar por dentro. É democrático, igualitário ou catártico. Despidos, cantando, somos todos magníficos. Não há projecções, espelhos, comparações, competições. Até podemos parecer patéticos. Mas a patetice por norma começa quando saímos do chuveiro e nos começamos a pensar especiais. No chuveiro somos todos uns pobres diabos a tentar enfrentar o dia que aí vem com algum sentido de fantasia, dando-nos a real importância que temos: nenhuma.
O duche é o tema do quarto Catinga, programa semanal, todas as segunda-feiras, de Nástio Mosquito e Vítor Belanciano, onde público e privado, sociedade e política, arte e vida, zanga e alegria fazem parte da mesma realidade que é possível tentar apreender por inteiro, pensando nela em voz alta. Catinga é isso. Uma hipótese de transfigurar a realidade através das conversas.
Créditos:
Jingle – Apache
Fotografia – Tiago Maya
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