O estilista franco-tunisino Azzedine Alaïa morreu este sábado em Paris, segundo informou a Federação Francesa de Alta-Costura e Moda. Tinha 77 anos.
“É um criador de grande talento que nos deixa. É uma notícia muito triste”, reagiu o designer de moda Pierre Cardin, em declarações à AFP. Também o ex-ministro da Cultura francês Jack Lang escreveu no Facebook que sentia uma “tristeza imensa” pela morte de Alaïa, “um mágico das tesouras e da costura”. Segundo o antigo governante, Alaïa “sabia melhor do que ninguém como enaltecer as mulheres” que, em troca, “tinham por ele uma veneração infinita”.
Conhecido pelos seus vestidos que nunca saiam de moda e que realçavam o corpo feminino, a forma como as suas peças moldavam o corpo das mulheres fazia com que fosse frequentemente comparado a um escultor, profissão que antes desejara. “Quando me apercebi que não podia ser um escultor magnífico, mudei de direcção”, rumo ao mundo da moda, disse, citado pela Vogue. Os seus vestidos foram usados por figuras públicas como as cantoras Lady Gaga e Rihanna, ou a antiga primeira-dama norte-americana Michelle Obama.
Azzedine Alaïa era também conhecido por apresentar as suas produções fora dos calendários que definem o mundo da moda. “Ao rejeitar o calendário oficial, ele criava uma aura em torno das suas roupas que só as tornavam mais desejáveis”, escreve a Vogue, que o caracteriza como uma “lenda da indústria da moda”.
O designer estudou no Instituto Superior de Belas Artes de Tunes, na Tunísia — cidade onde nasceu em 1940 —, antes de se mudar para a capital francesa no ano de 1957, tendo trabalhado como alfaiate na empresa de vestuário Christian Dior. Da Dior passou para a Guy Laroche e depois trabalhou com Thierry Mugler. Mais tarde, no final da década de 1970, abriu o seu próprio atelier.