Agressão sexual: #MeToo e toda a gente que conheço

Theresa Joy, 39 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
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Theresa Joy, 39 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters

Todas as mulheres nesta fotogaleria dizem o mesmo: “Acontece a toda a gente”. Kadi McDonald, 30 anos, resume sem vergonha: “Sou a pessoa mais básica que algum dia vão conhecer e, por isso, ter-me acontecido algo tão atroz é uma grande surpresa para toda a gente”. Mas por que razão é que a agressão sexual está tão instituída e é tão pouco falada? “Porque existe uma cultura do silêncio”, dizem as retratadas nesta reportagem da Reuters. “Vamos manter isto entre nós”, dizem umas. “Não exageres”, acrescentam outras. Tudo expressões que ouviram quando tiveram a coragem de denunciar os seus casos. Entre estas mulheres aqui representadas, há muitas que nunca chegaram a dar a cara. Até uma hashtag se ter tornado viral.

 

“O #MeToo é mais uma peça do movimento das mulheres que mostra que nos estamos finalmente a juntar”, diz Theresa Joy, a primeira mulher das imagens. “Acho que está a mudar completamente o futuro das mulheres porque as gerações mais novas estão a ver isto e a dizer ‘espera, aquele homem não deve falar comigo assim’”, ou, “não deve tocar-me assim”.

 

A campanha online que rebentou no Twitter depois das acusações de assédio sexual contra Harvey Weinstein, um influente produtor de Hollywood, já gerou milhões de testemunhos nas redes sociais e manifestações fora delas. A semana passada a discussão chegou ao Parlamento Europeu e os eurodeputados aprovaram uma resolução sobre a luta contra o assédio e o abuso sexual na União Europeia.

 

A expressão Me Too começou a ser usada há dez anos (sem o cardinal) pela activista Tarana Burke numa organização sem fins-lucrativos que ajudava vítimas de abuso e assédio sexual. Mas só a 15 de Outubro deste ano é que se tornou viral com um tweet da actriz Alyssa Milano, a 15 de Outubro, em que sugeria que todas as mulheres vítimas de agressões sexuais escrevessem Me Too no seu perfil para demonstrar a “magnitude do problema”.

 

“Agora sou capaz de falar sobre experiências que não me apercebi na altura e quero expressar-me sobre elas porque me apercebi que quando trazes essas coisas negras para a luz, elas passam a não ter nenhum poder”, diz Jill Marklin, 40 anos, sem tirar o baton vermelho forte para a fotografia.

Maya Helferty, 25 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
April Slusser, 24 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Ashleigh Strange, 29 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Pam Akerstrom, 63 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Heather Latzko, 22 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Brenda Siegel, 40 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Nancy Stalnaker, 35 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Jenna Kreider, 24 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Laura Chapman, 40 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Jennifer Childs, 39 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Siyobin Blanco, 23 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Kadi McDonald, 30 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Jill Marklin, 40 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters
Samantha Hanahentzen, 17 | Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters