Casa moderna, terreno rural: um lar para se ser feliz

Fotogaleria

No atelier de Raulino Silva não se projecta pensando em nenhum estilo arquitectónico em particular. Desenham-se casas "simples" e "muito funcionais", acima de tudo, lares onde se possa ser feliz. Foi assim na Casa Touginhó III, em Vila do Conde, um projecto concluído há coisa de um ano que tem sido premiado internacionalmente. Recentemente, venceu o 3.º Prémio do Baku Internacional Architecture Award 2017, na categoria de arquitectura residencial (cujo primeiro prémio foi entregue aos portugueses Camilo Rebelo e Susana Martins, com a KTIMA House); em Agosto, já tinha arrecadado o Iconic Award 2017, em Munique, na Alemanha. O arquitecto Raulino Silva, cujo atelier está instalado numa casa construída pelos seus avós na freguesia mais interior de Vila do Conde, procurou nesta habitação criar uma relação forte entre o interior e o exterior do edifício, "um prolongamento" entre os espaços. É uma casa de dois pisos, ambos ligados ao jardim, com três quartos. Um aspecto que o arquitecto formado na Escola Superior Artística do Porto tem sempre em atenção é a orientação solar, dando "privilégio ao sul e poente, onde se pode ver o pôr-do-sol". É isso que acontece na Casa Touginhó III, na freguesia de Vila do Conde com o mesmo nome, onde a sala e a cozinha estão viradas para a piscina a poente: "A vivência das pessoas com a casa melhora quando se tem isto em conta", disse ao P3 em conversa telefónica. O terreno onde a casa foi construída era "utilizado como campo de cultivo e horta" e a equipa encontrou "muros de granito típicos da região, um poço em pedra e algumas árvores de frutos". Esse lado rural, conta Raulino Silva, não foi ignorado: "Os muros foram limpos e recuperados, e a vegetação característica da região foi mantida, de forma a preservar a identidade do sítio." A arquitectura residencial é a principal aposta deste gabinete. E a linha tem sido a mesma: minimalista, privilégio do branco, linhas rectas. Em aposta vencedora não se mexe.