Exposição de 63 fotografias revela arquitectura popular do Douro
O comissário da exposição disse que o objectivo desta iniciativa "é mostrar e reflectir sobre a arquitectura popular e tradicional, que está extremamente exposta à destruição e que é difícil de conservar".
O ministro da Cultura inaugurou nesta sexta-feira, no Peso da Régua, a exposição do arquitecto António Menéres que, ao longo de 63 fotografias, faz uma viagem pela arquitectura popular da Região Demarcada do Douro.
O ministro Luís Filipe Castro Mendes visita o Douro, entre hoje e segunda-feira, para chamar a atenção para o turismo cultural, que está em expansão e ganha cada vez mais protagonismo nesta região classificada como Património Mundial da Humanidade.
Depois de participar na reunião do conselho de fundadores da Fundação Museu do Douro, onde se criou o estatuto de membro honorário, que foi atribuído a três antigos ministros da Cultura que ajudaram a criar esta instituição (Augusto Santos Silva, Pedro Roseta e Isabel Pires de Lima), o governante inaugurou a exposição "António Menéres -- percursos pela arquitectura popular no Douro".
O ministro disse que o objectivo desta visita "foi mostrar o empenhamento e o profundo envolvimento do Ministério da Cultura nesta fundação e na rede de museus que liga a Cultura a uma actividade produtiva que é o vinho".
O governante enalteceu ainda o trabalho do Museu do Douro e o contributo para potenciar o turismo neste território.
A exposição revela 63 fotografias de António Menéres, que participou no inquérito à arquitectura regional portuguesa em 1955/60. São algumas destas fotografias tiradas na altura, mas que não chegaram a ser publicadas que podem ser vistas a partir de hoje no Museu do Douro.
O comissário da exposição, José Manuel Pedreirinho, disse aos jornalistas que o objectivo desta iniciativa "é mostrar e reflectir sobre a arquitectura popular e tradicional, que está extremamente exposta à destruição e que é difícil de conservar".
"É uma arquitectura que não tem muitas vezes condições de se manter quando não é habitada e devido ao abandono dos campos. É sobretudo uma reflexão sobre isso a partir da Região Demarcada do Douro", acrescentou o também presidente da Ordem dos Arquitectos.
A exposição está dividida em três grandes núcleos: o território, a arquitectura e as pessoas. "Três visões que achamos que são complementares", frisou.
As fotos revelam tradicionais quintas durienses, as vinhas em socalco, armazéns de xisto, casas de quinta, abrigos na vinha, muros de pedra solta, uma barca de passagem do rio, a apanha da azeitona, igrejas, casas de aldeia, e as gentes deste território, novos e velhos, com que o fotógrafo se cruzou em passagem pelo Douro.
"Mostrar o que está a ser essa transformação, o que está a ser o convívio violento e muitas vezes agressivo do tradicional com as novas construções", salientou.
O director do Museu do Douro, Fernando Seara, realçou a parceria com a Ordem dos Arquitectos porque têm em comum a missão de "trabalhar na defesa e na preservação do património".
O responsável disse ainda que este ano se batem, outra vez, recordes nesta instituição, em termos de visitantes, receitas e de actividades no território.
"Tem sido um ano excelente", frisou.
Aqui chega, referiu, "gente um pouco de todo o mundo", desde os Estados Unidos da América ao Uruguai, Austrália, Israel, França e Espanha, Inglaterra, Alemanha ou Bélgica.
No domingo, o ministro da Cultura viaja no comboio histórico do Douro, no âmbito das Jornadas Europeias do Património e, na segunda-feira, Luís Filipe Castro Mendes, encerra o "Fórum Turismo Sustentável no Côa. Que futuro?", na Fundação Côa Parque.