Uma capela que é uma tenda em plena floresta

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Só dois (antigos) escuteiros poderiam ter projectado esta tenda em madeira revestida a zinco escuro. É que, na realidade, estamos a olhar para um templo escondido em plena floresta. Sempre que a noite cai, a “luz, que parte de baixo e se projecta no conjunto e na grande cruz” faz de fogueira. A capela foi inaugurada no 23.º ACANAC, o Acampamento Nacional do Corpo Nacional de Escutas que, no início do mês, reuniu em Idanha-a-Nova 21 mil escuteiros (foram tantos que a etiqueta #acanac tornou-se viral no Twitter, ultrapassando a do Meo Sudoeste). O projecto, da autoria do atelier Plano Humano Arquitectos, sediado em Lisboa, imita “o próprio lenço escutista e o modo como este assenta no pescoço”, de acordo com o comunicado enviado ao P3. Os autores, os arquitectos Helena Vieira e Pedro Ferreira, que já integraram o Corpo Nacional de Escutas, sublinham a “protecção” oferecida por esta tenda canadiana, que é um ponto de “encontro” em “silêncio perante a paisagem”. Tal como os escuteiros, já nasceu para estar em comunhão com a Natureza. 

Este projecto foi distinguido na sexta edição dos A+A Awards, promovidos pelo portal Architizer, alcançando o primeiro prémio na votação do júri e do público na categoria de edifícios religiosos e memoriais e singrando ainda na voto popular no que toca a edifícios construídos em madeira. Entre os portugueses premiados, anunciados a 30 de Julho de 2018, estão ainda o projecto Espigueiro-Pombal do Cruzeiro, do arquitecto Tiago do Vale, sede da Vieira da Almeida, do gabinete Openbook, e a Casa Carrara, de Mário Martins. O Centro Hípico de Pedras Salgadas do atelier RA - Rebelo de Andrade também estava entre os finalistas.