De telemóvel apontado ao céu

O eclipse solar de segunda-feira é para muitos uma oportunidade para um regresso a uma paixão antiga. Agora, com ferramentas que antes não julgávamos serem possíveis.

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Reuters/BEAWIHARTA

Se está em Portugal e gostaria de assistir a um eclipse solar total, não vai ter sorte nenhuma este século. O que vai atravessar os Estados Unidos na segunda-feira só será parcialmente visível por cá. Daqui a nove anos, a 12 de Agosto de 2026, vamos ter outro a passar muito mais perto, em Espanha, mas não o suficiente para transformar o dia em noite em Portugal, onde a obscuridade máxima será de 90%. Um ano depois, a 2 de Agosto de 2027, o percurso de outro eclipse total passará logo ao sul do Algarve, mas sem tocar o território nacional. A 12 de Setembro de 2053, vamos voltar a ser fintados exactamente da mesma forma.

Posto isto, e se não for possível viajar, teremos de nos contentar com as ferramentas que a internet nos disponibiliza para observar este e outros fenómenos astronómicos. Mas antes disso, vale mesmo a pena espreitar dois gráficos interactivos que o Washington Post disponibiliza no seu site: um que mostra de forma extraordinariamente informativa o percurso do eclipse de segunda-feira pelo território norte-americano e outro que mostra onde é que poderemos assistir a um fenómeno semelhante mundo fora até 2080.

Quanto ao eclipse de amanhã, a NASA vai transmitir o evento em directo através do seu site, das contas no Facebook, Periscope e YouTube e da aplicação móvel. Nota ainda para um projecto da Universidade do Montana, que vai colocar 57 câmaras em balões a grande altitude, prometendo imagens em directo de grande beleza.

Um observatório no bolso

Depois do eclipse, e para além deste, o céu vai continuar a dar-nos motivos para olhar para cima - ou para o ecrã do telemóvel. A referida aplicação móvel da NASA é um bom ponto de partida para os entusiastas da astronomia, com todas as notícias, fotografias, vídeos e dossiês especiais da agência espacial norte-americana - destaque para as imagens em directo da Estação Espacial Internacional (EEI), e da Terra vista ali de cima.

O telemóvel também pode ser transformado num pequeno observatório amador. A aplicação Sky View, por exemplo, disponibiliza-nos uma experiência de realidade aumentada, mostrando onde estão, a cada momento, os planetas, outros objectos celestiais e até a EEI. A Night Sky faz o mesmo e acrescenta informação meteorológica para o planeamento de sessões de observação, bem como uma pequena enciclopédia de astronomia.

A Star Walk é ideal para identificar constelações e aprender mais sobre a mitologia por detrás de grupos de estrelas como a Ursa Maior. Um pouco mais avançada, a Stellarium liga ao seu mapa celestial uma base de dados de mais de 600.000 estrelas.

Por sua vez, a aplicação Heavens Above, que parte do site do mesmo nome, diz-nos por onde andam os satélites artificiais que povoam cada vez mais a órbita terrestre.

Por fim, e quiser despender alguns euros (4,99€), a Mobile Observatory reúne tudo isto na mesma aplicação e envia-lhe alertas sobre fenómenos astronómicos que estão prestes a acontecer.

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