Incêndios: BE responsabiliza Governo pela distribuição rápida de ajuda

Catarina Martins diz que "o Estado não pode fazer tudo", mas sublinha que o executivo deve "agilizar" processos e "pedir transparência" a quem recebeu donativos.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, responsabilizou neste domingo o Governo na distribuição rápida das ajudas, europeia e de solidariedade dos portugueses, às populações afectadas pelos incêndios de Junho, em Pedrógão Grande.

"A solidariedade europeia, mas também a de todo o país, tem que chegar o mais rapidamente possível às populações", afirmou Catarina Martins na apresentação do candidato bloquista à câmara de Odivelas nas autárquicas de 1 de Outubro, Paulo Sousa.

Na véspera de se assinalar um mês sobre o incêndio de Pedrógão Grande, que fez 64 mortos e mais de 250 mortos, a líder bloquista admitiu que "o Estado não pode fazer tudo". "Mas cabe ao Governo a responsabilidade de agilizar, pedir transparência, de falar com as instituições privadas que receberam essa solidariedade de todo o país, para termos a certeza de que chega da melhor maneira, da maneira mais justa às populações afectadas", disse.

Catarina Martins sublinhou algumas decisões positivas de apoio às populações afectadas, nomeadamente no parlamento, por acção da eurodeputada bloquista Marisa Matias, "em convergência com o PCP". "Conseguimos aprovar uma proposta vinculativa para ser reforçado e agilizado o fundo de solidariedade para as populações atingidas pelos incêndios em Portugal", explicou.

Mas é preciso fazer mais neste "momento de reconstrução", além do plano para reabilitar a habitação, defendeu. É preciso, disse, "reconstruir a capacidade produtiva" da região, para a qual, alertou, existem planos e prazos, e vincou que reconstruir estufas ou recuperar tractores significa "recuperar emprego".

Além disso, é necessário utilizar os fundos de prevenção de catástrofes, de forma a tentar evitar que se repitam incêndios com a gravidade dos que atingiram o centro do país, em Junho. Esses fundos podem ser usados nos trabalhos de cadastro da floresta, uma das questões importantes no pacote da reforma florestal, e que deverá ser votada na próxima semana na Assembleia da República.

Os incêndios de Junho iniciados em Pedrógão Grande provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos e consumiram mais de 53 mil hectares. Os fogos da região Centro afectaram aproximadamente 500 habitações, quase 50 empresas e os empregos de 372 pessoas. Os prejuízos directos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.