Foram recuperados 69 animais maltratados em Setúbal
A residência na Moita, Setúbal, já tinha sido referenciada por ser um local de acumulação de animais de companhia sem ter condições para isso.
Foram recuperados de uma residência em Alhos Vedros, na Moita, 43 cães, 25 gatos e uma ave da espécie Garrulus glandarius (gaio-comum) por falta de condições e maus tratos. O Comando Territorial de Setúbal, através do Núcleo de Protecção Ambiental do Montijo, resgatou os 69 animais esta terça-feira, dia 9 de Maio.
Foi realizado um mandato de busca domiciliária, dirigido pela Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal da Moita, à residência e aos seus anexos, que já eram referenciados por serem locais de acumulação de animais de companhia e alvo de denúncias. Apesar de terem existido algumas acções de fiscalização à casa, as condições de bem-estar animal, salubridade pública e eventualmente maus tratos agravaram-se nos últimos tempos, adianta a GNR em comunicado.
Todos os animais realizaram um exame médico-veterinário. Os 68 animais de companhia foram encaminhados para o Centro de Recolha Oficial do Barreiro e Moita para acolhimento e assistência médico-veterinária, ficando à guarda deste centro até que sejam encaminhados, por decisão judicial, para posterior adopção. O gaio-comum foi entregue na Reserva Natural do Estuário do Tejo, em Alcochete, Setúbal.
Neste momento, a mulher que tinha à sua guarda estes animais “ficou com o que a lei lhe permite: seis cães”, explica o chefe da Secção do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente de Setúbal, José Vieira. Segundo o tenente-coronel, “está a decorrer um processo-crime e o inquérito está em fase de instrução. Agora o Ministério Público pode arquivar ou suspender o processo ou fazer a acusação”.
A recuperação dos animais resultou de uma acção conjunta entre a GNR, a autoridade veterinária municipal do Montijo, apoiada pelos médicos veterinários do Barreiro e da Moita e pela Associação de Municípios do Barreiro e da Moita, uma técnica de saúde ambiental e uma psicóloga da câmara municipal. Os militares do Núcleo de Investigação de Crimes e Contra-ordenações Ambientais do Posto Territorial da Moita e da Secção de Programas Especiais do Destacamento Territorial do Montijo também contribuíram para o resultado da acção.
Texto editado por Ana Fernandes