Vento forte no aeroporto da Madeira obriga ao desvio de 18 voos
Aviões foram desviados para a ilha de Porto Santo, ilhas Canárias, Faro e Lisboa. Num dos voos que deveria ter chegado esta manhã ao aeroporto da Madeira estaria a Nobel da Literatura 2015, Svetlana Alexievich.
O vento forte que se fez sentir no aeroporto da Madeira nesta segunda-feira está a condicionar o normal movimento de aviões, tendo-se registado seis desvios de aeronaves durante o final da manhã. Segundo fonte do aeroporto citada pela Lusa, até às 16h30, foram registados mais 11 desvios, subindo o total para 18. A mesma fonte referiu ainda que devido às más condições foram cancelados quatro voos.
De acordo com fonte da estrutura aeroportuária, "o agravamento do vento por volta do meio-dia levou a que seis aviões tivessem divergido para o Porto Santo e um para as ilhas Canárias".
Ao início da tarde, informações da Lusa davam conta de que na ilha do Porto Santo se encontravam seis aeronaves, provenientes de Lisboa, Londres, Birmingham, Copenhaga e Helsínquia e um de Faro com objectivo de "transportar passageiros que tinham já ficado retidos no fim-de-semana", devido também ao intenso vento, disse a mesma fonte. Horas depois, fonte do aeroporto da Madeira deu conta de que o número de aviões que está em Porto Santo são cinco. Dos restantos, dez estão nas ilhas Canárias, um em Faro e dois em Lisboa.
O arquipélago da Madeira está nesta segunda-feira sob aviso amarelo devido à previsão de vento forte e agitação marítima, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O instituto informou ainda que o vento pode chegar aos 85 quilómetros/hora na zona leste do arquipélago, onde se encontra a pista do aeroporto.
A Capitania do Porto do Funchal aconselhou também o regresso das embarcações aos portos de abrigo devido aos avisos de agitação marítima e de vento forte na Madeira.
Encontro com Nobel da Literatura adiado
Num dos aviões que deveriam ter chegado ao aeroporto da Madeira estava a prémio Nobel da Literatura 2015 Svetlana Alexievich, que vai participar na edição deste ano do Festival Literário da Madeira e que deveria ter sido recebida pelo presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, numa audiência, entretanto, adiada. O encontro entre Miguel Albuquerque e a escritora e jornalista bielorrussa foi remarcado para terça-feira, apesar de condicionado pelas condições atmosféricas no arquipélago, disse fonte do Festival Literário.
Aleksievitch, depois de duas tentativas para chegar à Madeira, no sábado e no domingo, só deverá pisar solo madeirense no final da tarde, caso as condições atmosféricas o permitam.
O Festival Literário da Madeira abre na terça-feira com a eventual presença de Svetlana Alexievich, que deve abrir o certame numa conversa com o jornalista Luís Caetano, da Antena 2, que toma a experiência da autora, dos testemunhos que procurou e recolheu ao longo do seu percurso - testemunhos de guerra, de morte e de destruição, testemunhos de sobrevivência - para a pergunta que norteia o encontro: "Haverá algo mais assustador do que o homem?". Fecha no final da semana com o Prémio Pessoa Frederico Lourenço e o norte-americano Adam Johnson, vencedor do Pulitzer.
Organizado pela Eventos Culturais do Atlântico, o festival é este ano dedicado ao tema Literatura e a Web - entre o medo e a liberdade, tendo como palco o Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal.
Os livros de Alexievich já foram traduzidos para 22 línguas e a autora já recebeu, para além do Nobel, o Prémio da Paz Erich Maria Remarque, da Alemanha, em 2001, e o Prémio Nacional da Crítica, dos Estados Unidos, em 2006.