Portugueses ligam mais ao telemóvel do que ao carro

Um inquérito feito a proprietários de automóveis de 15 países revela que Portugal é o país europeu onde se dá mais importância mais ao telemóvel.

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Cerca de 18% dos participantes portugueses acredita que os carros serão menos importantes na próxima década Diogo Baptista

Os proprietários de automóveis em Portugal ligam mais ao telemóvel, embora a diferença seja pouca.

Um inquérito do Observador Cetelem, feito no ano passado a 8500 proprietários de veículos de 15 países, revela que Portugal foi o país europeu onde se registou uma ligação mais forte ao telemóvel. Numa escala de um a dez para quantificar a ligação a cada um dos bens, o telemóvel conquistou sete valores entre os inquiridos em Portugal, superando a ligação destes ao automóvel, que foi 6,8 valores. 

São os países da América do Sul que mais valorizam o telemóvel. O Brasil está no topo da lista: os condutores do país sul-americano dão 8,2 valores ao telemóvel e 7,8 aos carros. O México conquista a segunda posição. Pelo contrário, na maioria dos 15 países onde o inquérito foi feito, o carro é mais importante. É o caso da Alemanha, Bélgica, Espanha, EUA, França, Japão, Polónia e Reino Unido (que é o país que regista uma menor ligação ao telemóvel, com 5,8 pontos). No geral, são os homens que mais preferem o seu veículo ao telemóvel. 

“O automóvel é desafiado pelo telemóvel entre as jovens gerações, que consideram o automóvel financeiramente menos acessível e as formas alternativas de mobilidade são mais atractivas,” lê-se no estudo. Contudo, o director do sector automóvel do Cetelem, Pedro Ferreira, acredita que a tendência vai invertendo com a idade.“As necessidades que acrescem à vida adulta e o crescimento da família são facilitados pela posse de um veículo,” diz Ferreira, em comunicado.

Apesar da preferência dos inquiridos portugueses pelo telemóvel, 57% consideram que os veículos são mais indispensáveis hoje do que eram há 20 anos, com  61% a dizer que ter um carro é um símbolo de sucesso social. Porém, cerca de 18% dos participantes acreditam que os carros serão menos importantes na próxima década. 

O estudo do Observador Cetelem, que tinha o objectivo de avaliar as pressões exercidas sobre o sector automóvel – como o congestionamento nas cidades, a questão ambiental e a crise económica –, também considerou a ligação dos consumidores à televisão. Tanto os países desenvolvidos como os países emergentes deram menos importância ao televisor, quando comparado quer com os telemóveis, quer com os carros.

Texto editado por João Pedro Pereira

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