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Semana Académica sai de Monsanto, depois de quatro anos de críticas

Não foi revelado o novo local da festa estudantil, mas as obras do Plano de Drenagem afastaram o evento do Pólo Universitário da Ajuda.

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A Semana Académica de Lisboa realiza-se desde 2013 neste terreno junto às faculdades da Ajuda Rui Guadencio
Sá Fernandes garante que a área florestal de Monsanto está a ser aumentada
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Sá Fernandes garante que a área florestal de Monsanto está a ser aumentada josé Joao Silva
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A Semana Académica de Lisboa, que se realiza anualmente num terreno em Monsanto, vai deixar de ser naquele local, como era reivindicado por associações ambientalistas desde há quatro anos. O vereador da Estrutura Verde da Câmara Municipal de Lisboa confirmou isso mesmo esta terça-feira na segunda e última sessão de um debate temático sobre o parque florestal da capital.

“Este ano não vai haver festa de estudantes no sítio que tem sido habitual”, disse José Sá Fernandes, que explicou que isto se deve ao facto de aquela zona, no Alto da Ajuda, estar prestes a ter obras no âmbito do Plano Geral de Drenagem, que prevê a criação de uma bacia de retenção a céu aberto neste sítio. O vereador afirmou que “foi decidido que [o evento] seria noutro sítio”, mas não disse qual nem quem é que tomou essa decisão.

A Semana Académica realiza-se numa parcela do Parque de Monsanto, junto ao Pólo Universitário da Ajuda, desde 2013. Na altura, as associações que fazem parte da Plataforma por Monsanto e o grupo municipal de Os Verdes criticaram a câmara por ter autorizado a realização do evento naquele espaço, despido de vegetação mas essencial, segundo os ambientalistas, para a fauna e a flora do parque.

Esses argumentos voltaram a ouvir-se esta terça-feira, quase um ano depois da primeira sessão do debate temático sobre Monsanto. “Queremos saber se a câmara pode garantir hoje que não vai haver mais eventos que ponham em causa a sustentabilidade do parque”, pediu Cláudia Madeira, de Os Verdes, repetindo apelos que já tinham sido feitos por representantes da Plataforma por Monsanto e da Associação Lisboa Verde. A deputada municipal afirmou que “as pessoas rejeitam mais políticas que delapidem o Parque de Monsanto” e criticou Sá Fernandes por dizer uma coisa e fazer outra, ao permitir concessões a privados e promover “projectos desastrosos” para a área.

O vereador respondeu que “a câmara já está a ir” no sentido das recomendações feitas pelos grupos municipais. Os deputados pediram à autarquia que crie um plano estratégico para Monsanto, que pondere o alargamento da área florestal e que não permita mais construções. “A área de Monsanto não está a ser reduzida, pelo contrário está a ser aumentada”, garantiu Sá Fernandes.

As palavras do responsável não convenceram a oposição. “Mais uma vez o sr. vereador resume a situação como se estivesse tudo feito, como se estivesse tudo bem. E sabe que não é assim”, criticou Cláudia Madeira. Pelo CDS, Diogo Moura pediu que “não se caia na tentação de querer tornar Monsando num parque urbano”. E Carlos Silva Santos, do PCP, assegurou que os “ataques de negócios especulativos” dos últimos anos “não serão mais permitidos”.

“Chapéus há muitos, brasões só há estes”

O debate mais aceso da reunião da assembleia municipal desta terça-feira foi, contudo, sobre os brasões da Praça do Império, em Belém. Um conjunto de cidadãos apresentou uma petição assinada por 1896 pessoas que propõe à câmara que não remova os arranjos florais que reproduzem os brasões das ex-colónias e dos distritos portugueses, colocados em redor da Fonte Monumental na década de 60.

A discussão resvalou rapidamente para uma querela histórica e ideológica. O socialista Pedro Delgado Alves argumentou que não se pode manter “a cidade congelada” e que o município não se pode associar a “valores que espelham o colonialismo”. Os deputados do PSD exaltaram-se e, na resposta, Victor Gonçalves tentou afastar a ideologia do debate. “A Praça do Império é aquilo. É a nossa História, quer queiramos quer não”, disse, acrescentando que a existência dos brasões “é uma atracção turística” de Belém. O presidente daquela junta, também social-democrata, ofereceu-se para recuperar todos os brasões a expensas da freguesia.

Num momento que aligeirou a tensão, o deputado Vasco Santos, do MPT, fez uma intervenção pontuada com o sucessivo tirar e pôr de um chapéu na cabeça, conforme concordava ou não com  os diferentes momentos da polémica, que começou em 2014. Por fim, declarou: “Chapéus há muitos, brasões na Praça do Império há estes e mais nenhum”.

Apesar da petição e da polémica, a câmara vai avançar com a reabilitação da Praça do Império sem os brasões coloniais.

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