Freguesia de Belém aprova moção para manter brasões da praça do Império

Em causa manutenção das estruturas vegetais com símbolos das ex-colónias.

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Rui Gaudêncio

A moção teve os votos favoráveis do PSD e CDS-PP, a abstenção do PCP e os votos contra do PS.

“É mais uma forma de pressão. A população de Belém quer aquilo arranjado como estava. Não há uma única pessoa, da esquerda à direita, satisfeita com a sugestão do vereador Sá Fernandes (Estrutura Verde)”, disse o autarca.

No texto da moção, a que a Lusa teve acesso, pode ler-se que a Câmara de Lisboa vai lançar um concurso para reabilitar o jardim da Praça do Império, “excluindo dessa intervenção alguns brasões por, alegadamente, serem ‘símbolos do colonialismo’”.

“Os signatários vêm, por este meio, manifestar a sua total oposição a esta iniciativa da câmara, visto ser uma atitude de branqueamento da história, de alteração do património cultural de Lisboa e do país”, lê-se na moção.

Por isso, pedem à Câmara de Lisboa para pôr um fim a este procedimento e para reabilitar os brasões, “respeitando a sua imagem e configuração original”.

A polémica em torno da recuperação do jardim da Praça do Império, instalado há 75 anos em frente ao Mosteiro dos Jerónimos e que agrega várias composições florais, como brasões dos distritos portugueses, a cruz de Cristo, o escudo português e canteiros com símbolos das ex-colónias, surgiu em Agosto, com uma denúncia da Junta de Freguesia de Belém.

Estes arranjos não são alvo de intervenção há cerca de 20 anos.

A Câmara de Lisboa, através do gabinete do vereador Sá Fernandes, anunciou depois estar a fazer um estudo para a recuperação da maioria dos brasões, nos quais não incluiria os ultramarinos.

Entretanto, o vereador da Estrutura Verde anunciou entretanto que iria apresentar uma proposta para o lançamento de um concurso de ideias para a renovação do jardim da Praça do Império.