Candidato à presidência do Equador promete acabar com asilo a Assange

Líder da coligação de direita Creo-Suma diz que dará 30 dias ao fundador da WikiLeaks para deixar a embaixada do Equador em Londres, caso vença as eleições de 19 de Fevereiro.

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Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde o Verão de 2012 REUTERS/Olivia Harris

A promessa está feita. Se vencer as eleições presidenciais às quais concorre pela coligação de direita Creo-Suma, o empresário Guillermo Lasso dará 30 dias a Julian Assange, fundador da WikiLeaks, para deixar a embaixada do Equador em Londres.

Em entrevista ao Guardian, Guillermo Lasso explicou que o asilo a Assange – que dura desde Junho de 2012 – é muito caro e já não se justifica. “O povo equatoriano está a suportar um custo que não devia”, disse o candidato presidencial, na entrevista realizada em Quito.

Assim, caso vença as eleições que terão a primeira volta a 19 de Fevereiro, Lasso garante que vai “cordialmente pedir ao senhor Assange que deixe a embaixada num prazo de 30 dias após assumir o mandato”.

Nestas presidenciais não se apresenta a reeleição Rafael Correa, que governa o país desde 2007. Está constitucionalmente impedido de se recandidatar pela terceira vez e, apesar de terem existido movimentações com recolha de assinaturas para que pudesse escapar a esta obrigação constitucional, Correa não quis mesmo continuar na presidência. A candidatura do oficialismo é representada por Lenín Moreno, ex-vice-presidente de Correa (2007-2013).

O Guardian frisa que essa possibilidade ainda é algo remota, tendo em conta que as últimas sondagens colocam o candidato da Creo-Suma sete pontos atrás de Moreno, do Movimiento Alianza País (AP). Ainda assim, nota que a popularidade do ex-banqueiro tem vindo a crescer.

O jornal britânico dá também conta do desconforto equatoriano com uma situação que algumas fontes diplomáticas descrevem como um romance de John le Carré. 

“O nosso pessoal já passou por muito. Há um custo humano. Esta deve ser a embaixada mais vigiada [pela polícia e pelos serviços secretos] do país”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Guillaume Long. 

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