Parlamento aprova votos de condenação a políticas de imigração de Trump
Foram aprovadas as propostas do PS, PSD, CDS e chumbadas as do PCP e BE.
Os votos de condenação às políticas de imigração do Presidente dos Estados Unidos apresentados por PS, PSD e CDS foram aprovados. Já os votos do PCP e do BE – este último subscrito pela social-democrata Paula Teixeira da Cruz – foram rejeitados.
Dois deputados do PS, Helena Roseta e Alexandre Quintanilha, votaram a favor de todos os votos.
Os textos de PS, PSD e CDS restringem a sua condenação às políticas adoptadas pela nova Administração dos EUA em matéria de imigração, acolhimento a refugiados e acesso de estrangeiros ao território norte-americano. Tanto os sociais-democratas como os centristas expressam a sua “preocupação” com os reflexos da política de Trump e lembram as relações transatlânticas. Uma opção que foi criticada pelo líder da bancada bloquista, Pedro Filipe Soares, no debate que precedeu as votações. Telmo Correia, do CDS, respondeu, acusando de “moralismo” tanto do BE como do PCP quando foram “admiradores das piores ditaduras do mundo”.
O socialista Sérgio Sousa Pinto, que é também presidente da comissão de Negócios Estrangeiros, referiu que “a crueldade e injustiça” das políticas do Presidente norte-americano causam “preocupação” no povo português e “repugnam as consciências bem-formadas”. Na defesa do voto social-democrata Sérgio Azevedo criticou a opção pela “discriminação e pelo securitarismo desenfreado”.
O BE alargou a sua condenação às declarações e deliberações da Administração “contrárias aos princípios” da “defesa dos direitos humanos, da igualdade de género, da liberdade de imprensa, da liberdade religiosa”, entre outros. Foi subscrito pela deputada e ex-ministra da Justiça do PSD Paula Teixeira da Cruz, além de quatro deputados da bancada socialista (Paulo Trigo Pereira, Bacelar Vasconcelos, Alexandre Quintanilha e Helena Roseta) e do deputado do PAN. Outros deputados socialistas como Miranda Calha, Vitalino Canas, Sérgio Sousa Pinto e António Gameiro votaram contra, desviando-se da opção de abstenção da bancada socialista relativamente aos outros três votos.
Com excepção de António Gameiro, os três socialistas também votaram contra o texto do PCP – assim como o PSD e o CDS – que critica também medidas “desumanas” aplicadas pela União Europeia sobre os imigrantes e refugiados. A deputada comunista Carla Cruz lembrou a escolha por uma “Europa fortaleza”. O texto do PCP apelava ao fim da "ingerência e agressão nas relações internacionais e ao respeito pela soberania e independência dos Estados".