Estas letras também contam a história de Braga

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Quando sai de casa para “dar a volta dos tristes” pelo centro de Braga, Nuno Dias está mais atento aos pormenores das montras e das fachadas dos edifícios. “Comecei a ver coisas que não conhecia. Em vez de ir procurar pokémons, vou a certos sítios para procurar letras.” O resultado destas voltas está na conta de Instagram Letras de Braga, que o designer gráfico de 34 anos alimenta com fotografias de tipografia. Há nomes icónicos como A Brasileira ou o Theatro Circo e outros desconhecidos ou em vias de extinção. O projecto — com pouco mais de 200 seguidores naquela rede social — é uma tentativa de Nuno “catalogar todo o tipo de tipografia e grafismo das ruas da cidade de Braga”. “Muitas destas peças brilhantes de design vernacular, algumas deterioradas, viverão para sempre neste registo, uma carta de amor tipográfico de Braga que irá inspirar designers e amantes que os apreciam”, explica. Nuno, que trabalha em regime freelancer, tem uma predilecção por registos antigos, históricos. “São aqueles detalhes que sinto que, de alguma forma, foram pintados, gravados e feitos à mão.” Não sendo um tipo de projecto original, como faz questão de sublinhar, é “único” em Braga. “Quando me deparei com o livro da designer Louise Fili, Graphique de la Rua: The Signs of Paris, no qual se foca em Paris, decidi que deveria focar-me só em Braga e criar aquilo a que chamo a identidade da cidade”, conta. Para já, a maior parte do trabalho que realiza prende-se com a criação de marcas, packaging e ilustração, ainda que a tipografia esteja sempre presente. Criou dois tipos de fontes que optou por disponibilizar gratuitamente e, no futuro, gostava de publicar um livro com os registos bracarenses.