Ballen fotografou o inconsciente humano

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Roger Ballen mergulhou bem fundo no seu subconsciente e o resultado, patente no fotolivro The Theatre of Apparitions, promete despertar memórias ancestrais. As imagens que criou relembram as pinturas do paleolítico. "Funcionam como uma espécie de memória fóssil de visões xamânicas e de símbolos sagrados que herdámos e que se mantêm gravados nas nossas mentes mesmo após o largo período evolutivo por que passámos", disse recentemente ao Público, em entrevista. O fotolivro é fruto de dez anos de trabalho e está dividido em sete actos, como se de um texto dramatúrgico se tratasse. Cada acto um marca um diferente estágio da vida, desde o nascimento até à desmaterialização. Persona centra-se na construção da identidade, Burlesque, na acção e no jogo, Eros na maturidade sexual, Transmuted no envelhecimento, Melancholy na proximidade do fim, Fragmentation na separação do corpo da alma e Ethereal na não-existência. “Tem-se tornado claro para mim que todas as formas de vida têm um espírito singular. Se nos tornamos num espírito depois da nossa breve passagem pela Terra, não é inconcebível que tudo o que algum dia já viveu se torne numa aparição." A exposição do projecto The Theatre of Apparitions estará patente na Barbado Gallery, em Lisboa, até dia 7 de Janeiro de 2017.