Oposição diz que UTAO confirma falência da realidade "vendida" pelo Governo

PSD e CDS lançam críticas ao executivo de António Costa.

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evr enric vives-rubio
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A “realidade” que tem sido "vendida" pelo Governo sobre a boa execução orçamental e a saúde das finanças públicas "não corresponde àquilo" que de facto se passa no país. Para sustentar esta ideia, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, socorreu-se dos cálculos da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) divulgados nesta terça-feira e que apontam para a “evolução pouco verosímil” da cobrança de impostos de forma a permitir ao Governo alcançar o objectivo de receita fiscal prevista no orçamento. Segundo a UTAO, para esses objectivos serem cumpridos o Estado ainda precisa de arrecadar mais de 17 mil milhões de euros de receita fiscal.

"Tem-nos sido vendida uma realidade que não corresponde àquilo que se está a passar no país. E é isso que a UTAO vem reiterar, a exemplo do que tem sucedido com outras entidades", vincou Luís Montenegro, em declarações no Parlamento.

O PSD sustenta que a UTAO, como outras entidades, "tem tido intervenções públicas no sentido de alertar para vários riscos e incertezas no caminho da execução orçamental do país". E Luís Montenegro concretiza: "Temos todo o interesse como portugueses que as contas batam certo e consigamos chegar ao fim do ano com um défice orçamental controlado, mas ter também a economia a crescer, criar emprego, exportações a crescer, alicerçar no crescimento da economia grande parte da diminuição do défice".

Na bancada do CDS/PP ouviram-se igualmente críticas mas também preocupações. A vice-presidente do partido, Cecília Meireles, destacou o facto de as receitas do Estado estarem a derrapar e de se estarem a deixar para trás despesas essenciais na acção social para pagar "a agenda das esquerdas mais radicais".  “Apesar de termos, por exemplo, uma receita como a dos impostos sobre o gasóleo e a gasolina a aumentar mais de 500 milhões de euros, aquilo que se percebe é que as previsões de receita que estavam no orçamento eram demasiado optimistas", afirmou, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

Segundo a deputada centrista, "por que a economia não está a correr bem e como tinha sido prometido e é preciso pagar a agenda das esquerdas mais radicais, há despesas que estão a ficar para trás, como a acção social e como o funcionamento dos hospitais e das escolas".