Violência

Elas são sobreviventes de ataques com ácido

Vítima de ataque com ácido. Cambodja
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Vítima de ataque com ácido. Cambodja

Os ataques violentos com recurso a ácido (sulfúrico ou nítrico) são dirigidos sobretudo a mulheres e crianças e cometidos no sentido de mutilar, desfigurar e cegar as vítimas. Os danos físicos, psicológicos e sociais deste tipo de ataque são devastadores; as vítimas tornam-se, por norma, dependentes de cuidados médicos, logísticos, financeiros e legais por um longo período após o ataque. Os ácidos nítrico e sulfúrico são de fácil acesso — por serem comummente utilizados no processamento de algodão e borracha — e têm um impacto destruidor quando em contacto com os tecidos humanos. A cegueira e a perda do uso das mãos (pela corrosão dos ossos) são consequências frequentes e que tornam o cumprimento de tarefas diárias practicamente impossível. Os motivos que originam este tipo de agressão variam consoante a cultura de cada local. Disputas domésticas ou territoriais, conflitos relativos a dotes, a pedidos de casamento ou avanços sexuais recusados são os principais catalisadores. Embora mulheres e crianças sejam os principais alvos, há também registo de homens e idosos entre as vítimas. Segundo a Acid Survivors Trust International, uma instituição de caridade que apoia as vítimas de ataques com ácido sediada em Londres, "o elevado grau de impunidade, a corrupção política e as desigualdades de género de base cultural contribuem para o aumento da incidência dos ataques em muitos países". Não existem dados estatísticos globais, mas a Human Rights Watch estima que ocorrem entre 400 a 750 ataques em território paquistanês anualmente. Ana Marques Maia

Channa Prak terminou um relacionamento amoroso e foi atacada com ácido. Cambodja
Um Dinay, 19, vítima de ataque com ácido. Cambodja
Ameneh Bahrami ficou cega em resultado de ataque com ácido por recusar pedido de casamento. Irão
O pai das meninas recusou casar a sua filha mais velha com um guerrilheiro. Afeganistão
Memoona, 23, ficou cega em resultado de ataque com ácido que resultou de conflitos entre famílias. Paquistão
Tahira, 28, numa consulta de reconstituição facial. Ataque deveu-se a recusa de pedido de casamento. Paquistão
Hasina participa num desfile de consciencialização sobre o tema em Daca
Sultana participa num desfile de consciencialização. Bangladesh
Rubina participa num desfile de consciencialização. Bangladesh
Sangita Magar, 16, chora deitada na cama de hospital após ataque com ácido perpetrado por desconhecido em Katmandu
Anu Mukherjee, 32, esperou 5 anos até ver os responsáveis pelo ataque na cadeia. Índia
Patricia Espitia participa numa marcha de celebração do Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Colombia
Sobrevivente de ataque com ácido, Daca, Bangladesh
Criança sobrevivente de ataque com ácido. Bangladesh
Asma Begum e a filha de 11 meses Afsana foram atacadas por familiares. Bangladesh
A modelo indiana Reshma Quereshi sobreviveu a um ataque de ácido
Reshma Quereshi participa num desfile de moda em Nova Iorque
Reshma Quereshi foi atacada com ácido por um cunhado e dois outros homens