Os cães que a crise venezuelana abandonou

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Nos últimos meses, alimentar uma família na Venezuela tornou-se uma tarefa árdua. A escassez de alimentos e a vaga migratória que assolam o país são os principais motivos para que milhares de cães estejam a ser abandonados nas ruas, nos parques e em abrigos para animais. "As pessoas estão a abandoná-los porque não conseguem alimentá-los e porque estão a sair do país", disse à Reuters Maria Arteaga, de 53 anos, fundadora do abrigo para cães Arteaga, em Los Teques, na periferia da capital. Um saco de vinte quilos de comida para cão custa perto de 45 euros no mercado negro, um preço incomportável para qualquer família. Por esse motivo, os abrigos como Arteaga proliferam e há cada vez mais voluntários dedicados ao salvamento dos animais em risco, angariando e distribuindo comida. Maria Rodriguez, engenheira de sistemas, e o seu filho de 12 anos não tiveram opção senão deixar o seu "Border Collie" em Los Teques. "O meu rendimento não é suficiente para nos alimentarmos. Como posso manter dois ou três cães?", lamentou.

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(Esq-dir:) Maria Silva, Milena Cortes, Maria Arteaga, Jackeline Bastidas and Gissy Abello