Santander com subida de 90% nos lucros para 196,2 milhões
Cerca de 150 trabalhadores deverão sair do Santander Totta até ao início de 2017.
O Santander apresentou lucros de 196,2 milhões de euros no primeiro semestre, mais 89,5% do que entre Janeiro e Junho do ano passado, divulgou a instituição.
Segundo os resultados apresentados à imprensa, a margem financeira estrita cresceu 30,2% para 368,9 milhões de euros, com o banco a justificar com a "diminuição do custo de depósitos, para além do impacto da actividade adquirida", ou seja, o Banif, uma vez que adquiriu em Dezembro passado passivos e activos deste banco no âmbito da sua resolução.
Também as comissões líquidas melhoraram em termos homólogos, 18,6% para 158,5 milhões de euros, e os resultados de operações financeiras avançaram 200% para 88,2%, o que permitiu a melhoria do produto bancário de 36,7% para 615,6 milhões de euros.
O presidente do Santander Totta, Vieira Monteiro, afirmou que o banco espera a saída de 150 trabalhadores até início do próximo ano, devido, quer à integração do Banif, como necessidade de menos efectivos pela evolução tecnológica do sector. "Podem vir a acontecer saídas normais, feitas fundamentalmente em reformas antecipadas e rescisões amigáveis", disse António Vieira Monteiro em conferência de imprensa.
Já questionado sobre o número que poderá ser expectável, referiu que "podem ser 100 a 150" pessoas que vão sair, justificando que essas saídas têm que ver com a integração dos activos e passivos do Banif – o banco está a fundir as agências com que ficou do Banif às da marca Santander Totta, processo que deverá estar concluído até final do ano – mas também com as alterações de processos no sector bancário.
"As inovações tecnológicas fazem com que as pessoas vão muito menos a agências bancárias, algumas dizem que vão lá uma vez por ano para cumprimentar o gerente de conta, e tudo isto significa alterações em termos de futuro", afirmou o responsável pelo banco português detido pelo espanhol Santander. No primeiro semestre, acrescentou ainda Vieira Monteiro, saíram do banco cerca de "60 a 70 pessoas".
Em 2015, tinham saído 25 pessoas em termos líquidos, a menor saída de pessoal dos principais bancos portuguesas, segundo as contas anuais publicadas no início deste ano. O Santander Totta banco tinha, no final do primeiro semestre, cerca de 6700 trabalhadores incluindo aqueles com que ficou do Banif.
O Santander Totta espera concluir até final do ano a integração de activos e passivos do Banif, que adquiriu em Dezembro passado no âmbito da resolução do banco, divulgou hoje o presidente da instituição. "Ainda não temos a integração operativa, que pensamos fazer até fim do ano, mas já temos toda a integração comercial de produtos que damos aos clientes", disse hoje António Vieira Monteiro, na conferência de imprensa em que o banco apresentou lucros de 196,2 milhões de euros no primeiro semestre, mais 89,5% do que no mesmo período do ano passado.
Já questionado sobre o contributo do Banif para o resultado líquido, o presidente do Santander Totta afirmou não ser possível fazer a desagregação dos dados: "A integração contabilística está feita, não consigo separar o que vem de um lado e do outro". No entanto, os activos e passivos que vieram do Banif ainda não estão integrados completamente na operação do Santander Totta e está também a ser feita a fusão de agências, tendo já sido agregadas 26 agências até Junho e o processo continua nos próximos meses. "Até ao fim do primeiro trimestre de 2017 deveremos ter este processo pronto", explicitou.
O responsável falou também do Banif Bahamas, onde foram encontradas operações problemáticas, com Vieira Monteiro a referir que a liquidação daquela unidade poderá custar ao banco alguns milhões de euros.
Sobre a proposta comercial que o Santander Totta fez aos detentores de obrigações subordinadas do Banif, que ficaram no 'banco mau', o responsável não adiantou como está a correr a adesão, referindo apenas que "tem havido algum interesse".
A 20 de Dezembro do ano passado, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif com a venda da actividade bancária ao Santander Totta por 150 milhões de euros e a criação da sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os activos que o Totta não quis comprar.