Quando os professores da escola Padre Jose Maria Velaz pediram aos alunos para descrever ou desenhar as suas refeições mais recentes, certas respostas foram desoladoras. Algumas crianças que frequentam esta escola católica, localizada num bairro pobre em Caracas, capital da Venezuela, não tinham tomado o pequeno-almoço e nas restantes refeições a alimentação era pouco variada. Segundo a directora da escola, Maria Hidalgo, uma em cada quatro crianças não está a ter uma alimentação apropriada e já se verificaram desmaios entre os alunos devido à fome. Enquanto a oposição aponta o dedo a Nicolas Maduro, e às suas políticas económicas, culpando-o da crise que a Venezuela enfrenta actualmente, o presidente defende que está a ser vítima de uma “guerra económica liderada pelos políticos da oposição, pelos empresários e pelos Estados Unidos. A recessão atingiu a Venezuela em 2004 mas nos últimos meses têm sido noticiados internacionalmente relatos de escassez de produtos básicos, desde leite a medicamentos.  Alexis Marin, que gere o programa alimentar para as escolas públicas, afirma que as crianças estão a receber os suprimentos necessários nesta área. “Mesmo com toda a guerra económica, eles não vão conseguir destruir o nosso programa de alimentação escolar”, afirmou à televisão pública.