Super-heroínas, zombies e humor n’A Guerra dos Tronos - as novidades da Comic Con
Muitos trailers inéditos na convenção que revelou Brie Larson como Capitão Marvel, o regresso a Harry Potter e um Batman de Lego. Há Justice League, Wonder Woman e Star Trek.
Se a Disneylândia é “o sítio mais feliz na Terra”, a Comic Con de San Diego é, uma vez por ano, provavelmente “o sítio mais geek na Terra” – no melhor dos sentidos celebratórios e com o marketing dos estúdios, editoras e canais de televisão a aproveitar o evento. A convenção termina este domingo depois de 48 horas particularmente cheias de novidades: Brie Larson vai do Óscar para Capitão Marvel, e há datas e trailers para The Walking Dead, Wonder Woman, Justice League e Star Trek e Legion, ou os X-Men na TV.
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Se a Disneylândia é “o sítio mais feliz na Terra”, a Comic Con de San Diego é, uma vez por ano, provavelmente “o sítio mais geek na Terra” – no melhor dos sentidos celebratórios e com o marketing dos estúdios, editoras e canais de televisão a aproveitar o evento. A convenção termina este domingo depois de 48 horas particularmente cheias de novidades: Brie Larson vai do Óscar para Capitão Marvel, e há datas e trailers para The Walking Dead, Wonder Woman, Justice League e Star Trek e Legion, ou os X-Men na TV.
São dezenas de painéis, stands com personagens, brinquedos para todas as idades, coleccionáveis e exposições. A 47.ª Comic Con de San Diego conta com mais de cem mil visitantes este ano e, além de uma celebração dos fãs e do encontro com os seus produtos culturais favoritos, é uma importante paragem na promoção e lançamento de séries, filmes, comics e outros títulos a cada ano nos EUA. Foi o local escolhido para revelar o trailer da sétima temporada de The Walking Dead, por exemplo, e onde a Marvel anunciou que Brie Larson, a vencedora do Óscar de Melhor Actriz por Quarto, encarnará a personagem Capitão Marvel.
Foi também na Comic Con que Oliver Stone falou sobre o iminente Snowden ou que o elenco de Mr. Robot acolheu os fãs. E será no último dia, este domingo, que San Diego receberá ainda um painel sobre o fenómeno que tem apenas uma semana, o jogo Pokémon Go, e outro sobre o regresso e refundação de duas séries da última década, 24 e Prison Break.
Televisão sem misericórdia – mas com novidades
Na noite de sexta-feira (hora de Portugal), a Comic Con via encher as suas salas principais com dois dos chamarizes televisivo mais potentes: The Walking Dead, que regressará a 24 de Outubro à televisão portuguesa (na Fox, 24h depois da estreia nos EUA), e A Guerra dos Tronos, em que o elenco falou sobre a temporada passada e recebeu heróis caídos como Christian Nairn (Hodor) e vilões mordidos como Iwan Rheon (Ramsay Bolton). Mas nada se revelou sobre a próxima série de sete episódios que se estreia no Verão de 2017. Deixaram, ainda assim, os seus habituais vídeos em estreia, desta feita os bloopers, ou os enganos nas gravações, e uma antevisão sem imagens novas do que será a sétima temporada.
No mundo de Walking Dead, que foi deixado em tensão sobre o destino final de uma personagem às mãos de Negan, uma das mais aguardadas personagens a transitar dos comics de origem para a série, no final da sexta temporada, houve mais revelações. Além da data de regresso, foi estreado o trailer da sétima temporada e mostrada outra personagem criada por Robert Kirkman e trazida para a TV por Greg Nicotero, o animalesco King Ezekiel.
A nova televisão, ou mutantes e Star Trek
Star Trek, um universo criado por Gene Rodenberry na década de 1960 e que se tornou num franchise de culto cinematográfico e televisivo, tem uma nova vida desde que J.J. Abrams refundou a saga em 2009 para o cinema. Agora que está anunciado o retorno à casa-mãe, ou seja a televisão onde se estreou como série em 1966, a Comic Con serviu não só para lembrar o jovem actor Anton Yelchin, que morreu num acidente há poucas semanas, como para receber velhas glórias como William Shatner, o capitão Kirk original, e Brent Spiner, o tenente Data. E, claro, para provocar com uma micro-revelação: o título do novo programa televisivo (da CBS e que será distribuído fora da América do Norte, Portugal incluído, via Netflix).
A nova série será Star Trek: Discovery, anunciou o seu responsável, Bryan Fuller, em San Diego, através de um teaser de meros 16 segundos. Discovery chega em Janeiro do próximo ano. A história será contada “como um romance”, disse Fuller.
Já Legion é ainda um título a germinar, mas que se ergue sobre o gigante que é o franchise X-Men para a Marvel Studios (e, portanto, para a Disney). A série tem apenas oito episódios previstos, para estreia no canal americano FX (distinto da marca FX dos canais Fox internacionais) e conta a história de David Haller (interpretado por Dan Stevens), um jovem com esquizofrenia que descobre que pode haver algo mais na sua mente do que lhe foi diagnosticado – Haller, no cânone da Marvel e da sua BD dos X-Men, é filho do poderoso mutante Professor Charles Xavier, personagem central no universo criado por Stan Lee. A 47.ª Comic Con serviu para mostrar o seu primeiro trailer.
Super-heroínas Marvel e DC
Capitão Marvel é uma personagem que, no chamado universo Marvel, gigante dos comics com tentacular presença no cinema americano, já teve várias encarnações – tanto femininas quanto masculinas. Mas sinal dos tempos ou das pressões da representação e diversidade, os Marvel Studios decidiram que a figura criada por Stan Lee e Gene Colan em 1967 (como um alienígena do sexo masculino e depois recuperada em 1982 já como uma mulher de Nova Orleães, a sua segunda “encarnação”), vai começar no cinema como mulher.
E a escolha recaiu então sobre Brie Larson, vinda do Óscar para um filme que só estreia em 2019 mas que foi saudado com uma ovação de pé em San Diego. Ela será a piloto Carol Danvers, a mais recente versão de Capitão Marvel (nos comics, surge em 2012), escrita por Meg LeFauve e Nicole Perlman (Divertida-mente) – ainda não há realizador para este filme.
Mas um filme mais próximo dos cinemas – e ainda assim a um ano de distância – é Wonder Woman, com Gal Gadot, cuja personagem surgiu já no blockbuster Batman vs Super-Homem: O Despertar da Justiça e que teve o seu trailer em estreia também na Comic Con.
Gadot disse que se inspirou em parte na princesa Diana de Gales para encarnar a sua heroína. Realizado por Patty Jenkins, o filme baseado na personagem da DC Comics – rival da Marvel e que no cinema é um filão da Warner – foi o tema de um painel apresentado por Conan O’Brien onde outro filme com a actriz israelita foi o prato-surpresa.
Justice League, um médico estranho e Batman Lego
O trailer de Justice League foi uma das surpresas do evento, num curto painel dedicado ao colectivo de heróis da DC que reúne Batman, Super-Homem, Wonder Woman e outras personagens da constelação principal da DC (como Os Vingadores fazem com Homem de Ferro e Capitão América, entre outros). Com uma espécie de spoiler no que toca ao que sucede após o final de Batman vs Super-Homem, é a primeira amostra de imagens do novo filme, de Zack Snyder e com Batman (Ben Affleck), Wonder Woman, Flash (Ezra Miller), Super-Homem (Henry Cavill), Cyborg (Ray Fisher) e Aquaman (Jason Momoa). A música de Jack White dá o tom às novas imagens, que sugerem um tom mais leve e com humor em contraste com o filme duelo Batman Vs. Super-Homem.
Ainda no terreiro da DC, e na esteira do frisson que geraram na última Comic Con, os anti-heróis do Esquadrão Suicida, que se estreia em Portugal a 4 de Agosto, estiveram também no evento para um painel em antecipação da estreia do seu filme. Um dos seus rivais é Batman, cuja nova encarnação, Ben Affleck, se confessa nervosa pela pressão de não só ser o homem-morcego como realizar o próximo filme do personagem. Mas para aliviar a tensão, esteve no painel a versão Lego de Batman – Lego Batman, com voz de Will Arnett, vai ser o protagonista do próximo filme baseado nas famosas peças de brincar, o Lego Batman Movie.
Por fim no super território, Dr. Strange. A personagem da Marvel, encarnada por Benedict Cumberbatch e criada em 1963 por Steve Dikto, causou um pequeno surto de febre no sábado à noite com um novo trailer. O filme estreia-se em Novembro e conta com um elenco de prestígio com Tilda Swinton, Chiwetel Ejiofor, Rachel McAdams e Mads Mikkelson.
Harry Potter e Avatar
Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los é o regresso de Harry Potter e de uma obra de J.K Rowling às adaptações para o cinema. Desta vez, é Eddie Redmayne o mestre de cerimónias, e levou o papel à risca. Distribuiu varinhas de condão e pôs o público do seu painel, cerca de 6500 pessoas, a proferir um encantamento (o feitiço “Lumos Maxima”) para, adivinhe-se, descerrar um novo trailer do filme.
Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los estreia-se em Novembro (em Portugal, estreia dia 17 desse mês) e é um spin-off do mundo Potter, sobre o qual há ainda bastante secretismo, contando ainda com Colin Farrell e Ezra Miller.
A convenção serviu ainda para falar de novos filmes como King Kong: Skull Island, com John Goodman e Tom Hiddleston, King Arthur, com Charlie Hunnam (de Sons of Anarchy), voltar a Guardiões da Galáxia 2 com Kurt Russell e anunciar novidades para várias séries. Star Wars, que acabou de ter a sua própria convenção no fim-de-semana passado em Londres, esteve ausente dos painéis principais mas não do imaginário e vestuário dos fãs.
O homem que mais conseguiu fazer dinheiro com um número reduzido de filmes por década, James Cameron, esteve na Comic Con para falar do passado num franchise – e falar um pouco do futuro de outro. Por ocasião do 30.º aniversário de Aliens: O Reencontro Final, que realizou e escreveu, Cameron, o senhor Titanic e Avatar, reuniu-se com Sigourney Weaver, a protagonista Ripley. E falou também da sequela do seu filme de ficção científica utópica – que continua a ocupar o trono do filme mais rentável de sempre (2,4 mil milhões de euros de receitas), insistindo que embora tenha sido pensado como trilogia, Avatar tem mesmo de ser um conjunto de quatro filmes, ainda em em pré-produção.