Quando visita uma cidade, Vitor pega num mapa e sobe a uma torre para um primeiro reconhecimento — para respirar através dos contornos das ruas e dos telhados. No Porto, de onde é natural, fez o mesmo há dias. "Quando ia a descer da Torre dos Clérigos tirei uma foto e, quando dei por ela, tinha 3800 likes! Como é que é possível?" Alínea a: "O Porto está na moda". Alínea b: "As pessoas gostam é do Porto característico". Alínea c: o projecto My Colourful Notebook é uma excelente forma de descobrir "o Porto antigo", uma paixão que Vitor Almeida (1974) conserva desde que começou a percorrer as páginas dos livros de família de histórias da cidade. São milhares de likes, centenas de comentários e várias as pessoas que se sentem atraídas pelos locais retratados e que acabam por viajar e conhecer o Porto. "São apenas os passeios com a minha filha e a minha forma de olhar para a arquitectura (grande parte do século XIX)", explicou ao P3 o arquitecto e fundador do projecto eu.sei.que.vou.te.amar. O Porto vai mudando e @vitoralmeida fotografa-o com naturalidade, aceitando as diferenças quase diárias. "Como utente da cidade, vejo a evolução como um motor. Não a vejo de uma forma negativa. Não me atrapalha que se intervenha na cidade, melhorando-a. Daquilo que vou vendo, há maus exemplos de recuperação, mas são mais os bons exemplos, com cuidado e com assinatura de bons gabinetes. Vê-se muita obra. Antes isso do que ter um cangalho abandonado. Cria-se vida". Vinte destas fotografias estão em exposição no espaço de trabalho de Vasco Freitas, na rua de Gondarém, nº 655, no Porto.