Centeno diz que o Governo não planeia rever previsões económicas
Ministro das Finanças salienta o crescimento da receita fiscal.
O ministro das Finanças português, Mário Centeno, disse nesta terça-feira em Nova Iorque que o Governo não pretender rever as suas previsões macroeconómicas para este ano.
“O cenário macroeconómico é uma indicação daquilo que é a tendência que achamos que o país vai tomar. E essa tendência, continuamos convencidos, será de recuperação da economia ao longo do ano”, disse o ministro.
Na semana passada, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) cortou a sua previsão para o crescimento económico em Portugal, passando a prever um crescimento de 1,2% em 2016, o que contrasta com o aumento de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) que tinha previsto em Novembro.
Também o défice terá uma evolução menos favorável do que o governo prevê, diz a OCDE, que critica várias medidas aplicadas pelo Governo.
Avisos semelhantes chegaram da Comissão Europeia, que em Fevereiro, antes mesmo de o Orçamento entrar em vigor, pediu um plano B ao executivo.
Apesar destas posições, Mário Centeno assegura que “não há nenhum objectivo em rever o cenário macroeconómico”. “Temos de estar concentrados na execução orçamental e em concretizar todas as medidas que temos no Orçamento do Estado. A evolução que temos observado na receita fiscal, ao longo dos primeiros cinco meses do ano, não é compatível com uma revisão do cenário macroeconómico”, acrescentou.
O ministro diz que, se alguns valores estão aquém das expectativas do Governo, isso apenas reforça “ainda mais a necessidade de ser muito incisivo e assertivo nas medidas”.
O responsável está em Nova Iorque para participar nos Pan European Days, uma iniciativa da Bolsa Portuguesa que promove uma centena de encontros entre investidores e empresas do PSI-20 (principal índice da Bolsa de Lisboa) em Nova Iorque e Boston, além de um conjunto de palestras.
“Tivemos conversas muito interessantes, quer com as agências de rating quer com os investidores. Conversas que permitiram perceber a avaliação que é feita da economia portuguesa. Tínhamos informação para passar”, concluiu.