Francis Bacon total

Chega às livrarias a 30 de Junho o catálogo raisonné do pintor Francis Bacon. Cinco volumes, 1600 páginas e quase 600 pinturas.

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Raisonné em cinco volumes, com quase 1600 páginas: nelas estão 584 pinturas do anglo-irlandês. Em cima Three Studies for a Portrait (Mick Jagger), de 1982
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Raisonné em cinco volumes, com quase 1600 páginas: nelas estão 584 pinturas do anglo-irlandês. Em cima Three Studies for a Portrait (Mick Jagger), de 1982
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Raisonné em cinco volumes, com quase 1600 páginas: nelas estão 584 pinturas do anglo-irlandês. Em cima Three Studies for a Portrait (Mick Jagger), de 1982

Foram dez anos de trabalho com muitas viagens e visitas a casas de coleccionadores. O resultado é um catálogo raisonné em cinco volumes, com quase 1600 páginas. Nelas estão 584 pinturas do anglo-irlandês Francis Bacon (1909-1992), um dos artistas mais celebrados do século XX. Pinturas que, em muitos casos, raramente são vistas (se é que são), já que menos de um terço está em museus.

A obra editada por Martin Harrison, com dinheiros do fundo Francis Bacon, só chega às livrarias a 30 de Junho, mas o seu lançamento oficial aconteceu no final de Maio, no bairro londrino do Soho, essencial à geografia deste pintor que é habitualmente uma das estrelas dos grandes leilões mundiais. Segundo o Art Newspaper, publicação especializada em notícias do mundo da arte, Harrison não conseguiu localizar apenas uma das 584 pinturas – Head With Raised Arms (1955), documentada pela última vez em Turim, há mais de 50 anos.

Garante o editor que o colossal catálogo vai mostrar Francis Bacon como realmente era, revelando “o que pintou e não o que as pessoas julgam que pintou” e expondo ainda mais a sua vida privada, sempre controversa. A sua intimidade, sobretudo as complexas relações com outros homens, aparecem nesta nova edição sob a forma, por exemplo, do auto-retrato Self Portrait With Injured Eye (1972). “É sabido que Bacon levou muitas tareias que, enquanto sadomasoquista que era, é bem provável que não tivesse considerado desagradáveis”, diz Martin Harrison.

Foi por causa de uma delas que se desentendeu com outro pintor, Lucian Freud, um amigo que retratou 16 vezes entre 1951 e 1973, lembra. Os dois afastaram-se depois de Freud ter visto as marcas que um dos amantes de Bacon, Peter Lacy, deixara no corpo do artista. Respondendo à agressão, Freud apertou o pescoço a Lacy e nunca mais quis fazer parte da vida do amigo.

Os volumes, que mostram apenas 11 pinturas de homens em relações sexuais e 18 nus femininos, precisa o editor, inclui vários retratos de Robert e Lisa Sainsbury, que foram seus mecenas, e um surpreendente tríptico do vocalista dos Rolling Stones, hoje numa colecção privada. Three Studies for a Portrait (Mick Jagger), de 1982, terá sido executado a partir de fotografias. Segundo Martin Harrison, Bacon estava longe de ser um fã de rock, mas a figura de Jagger fascinava-o.

O catálogo em cinco volumes será para os verdadeiros aficionados da obra do pintor que tenham mil libras (1300 euros) para gastar num raisonné que, embora ambicioso, estará sempre em aberto. Quando se trata de um artista que trabalhou tanto e tão intensamente como Francis Bacon nada é definitivo.

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