Dançar para morrer várias vezes

Fotogaleria

Na apresentação de "Spectacular", Tim Etchells, director artístico da companhia Forced Entertainment, escreveu que "quando um actor finge que morre não engana ninguém, nem por um momento". Porque toda a gente sabe que não é real. Afinal, como é que a morte pode ser interpretada de forma a invocar os sentimentos da audiência quando o intérprete está ali, vivo no palco? Como é que aquele corpo pode trair a memória do espectador? São estas as perguntas, também inspiradas nas palavras do artista britânico, que norteiam "FM [featuring mortuum]", da coreógrafa Cristina Planas Leitão, peça levada ao palco do Teatro Municipal Rivoli, no Porto, este domingo, no âmbito do festival Dias da Dança. Simultaneamente divertida e triste, poética e familiar, estranha e macabra, é uma peça que, através da dança, reflecte sobre o sentido da vida, insistindo na morte, como descrevem os textos de apresentação. "Morte e repetição. Para morrer várias vezes, morrer diariamente, morrer para sempre e outra vez." Para ver a 16 de Junho no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, a 23 no Cine Teatro Avenida, em Castelo Branco, e a em Outubro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.