Imaginarius tem máquinas de Da Vinci e viagens ao silêncio

A 20 e 21 de Maio, em Santa Maria da Feira, estarão 47 companhias de tatro de rua de 16 países.

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Compagnie mobil
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La fausse compagnie
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Ensemble lodi
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Volantes-volares

A 16.ª edição do Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira voltará a transfigurar o espaço público e a mostrar que é possível reinterpretar o chão que se pisa. A 20 e 21 de Maio, tudo pode acontecer com mais de 300 artistas de 16 países e um cartaz com 16 estreias absolutas, 22 estreias nacionais, 181 apresentações e 12 horas diárias de programação contínua. Este ano, grandes génios criativos, Da Vinci, Beethoven, Mozart ou Miró, são inspiração de um festival que continua de acesso gratuito e com uma programação gémea. O Imaginarius Infantil mantém-se no programa com workshops, demonstrações e experiências para os mais novos, e o Mais Imaginarius apresenta trabalhos de artistas emergentes num concurso internacional.  

O espectáculo de grande formato é uma estreia mundial da companhia francesa Plasticiens Volants que coloca no céu o fantástico universo de Leonardo Da Vinci. Da Vinci, Volare! é uma homenagem aérea ao sonho e visão das máquinas voadoras de Da Vinci. Na programação oficial, há nove estreias assentes na criação artística contemporânea. O músico Noiserv e o Ballet Contemporâneo do Norte propõem viagens pelo silêncio para uma surdez temporária. Mute pode não ter sons, mas tem sensações. Vertico junta as companhias Persona e Décadas de Sonho em torno da obsessão da ascensão humana com videomapping, acrobacia, parkour e música ao vivo. De Espanha, chegam clássicos excêntricos com um repertório à altura e instrumentos insólitos. Haverá mais música com a companhia francesa La Fausse Compagnie que promete concertos desconcertantes. O Cão à Chuva de Rui Paixão e o Projecto Ez apresentam Vincent, ou melhor, uma máquina que dá vida e morte a uma estranha personagem. O Micro Atelier de Arquitectura e Arte, finalista do Arte Laguna Prize 2016, de Veneza, é o convidado especial desta edição e desafiará o público a construir cadeiras de cartão. Reclamar a Cidade é o nome desta apropriação do espaço público.

“Nem só da programação oficial vive o Imaginarius”, avisa Bruno Costa, um dos directores artísticos do Imaginarius. O Urban Market by Portugal Lovers estará no mercado municipal com design e produtos inovadores expostos e o Imaginarius Pro volta a aproximar artistas e programadores em reuniões informais. “Será um festival de emoções e sensações que durante dois dias transformará o espaço público do centro histórico de formas completamente diferentes e multidisciplinares”, acrescenta o responsável.

O Imaginarius já conquistou um estatuto de peso no panorama nacional e internacional das artes de rua. É um dos 20 festivais europeus do plano de formação e estágio da EFA – European Festivals Association e Santa Maria da Feira é agora um pólo do observatório europeu para as artes de rua e, em 2017, de 24 a 26 de Maio, receberá, no Europarque, a segunda edição do Fresh Street#2, considerado o maior seminário europeu para o desenvolvimento das artes de rua. 

Para Gil Ferreira, vereador da Cultura da Câmara da Feira, o Imaginarius espelha a estratégia cultural do município. “É um destacado exemplo de promoção do acesso aos bens culturais e um activo fundamental de coesão social. Promove uma relação com o património natural e cultural, na criação em residência, na participação comunitária, na formação das gerações futuras”, afirma. Um festival que se destaca pela “diversidade das formas artísticas”, pelo “diálogo entre várias disciplinas e linguagens”, pelo “lastro” que as experiências deixam na comunidade local. “Temos um programa eclético e um grande diálogo entre quem faz e quem consome bens culturais”.

O Imaginarius deste ano custa à câmara 225 mil euros e a Direcção-Geral das Artes atribuiu uma comparticipação de 18 mil euros. Emídio Sousa, presidente da Câmara da Feira, reafirma a sua visão. “A despesa na cultura não é um custo, é um investimento”. Um investimento que mexe com a economia local quando são esperados cerca de 50 mil visitantes nos dois dias do festival.

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