Infarmed manda retirar dois produtos do mercado

Autoridade nacional do medicamento anuncia retirada de fármaco para tratamento de rinofaringites.

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O Infarmed revelou dados respeitantes à análise individual de 10.641 receitas médicas Sara Matos

O medicamento para a pulverização bucal ou nasal Locabiosol (125 microgramas), indicado para o tratamento de rinofaringites, vai ser retirado do mercado devido ao “risco de reacções alérgicas graves”, indica em circular a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). A decisão decorre do “risco de reacções alérgicas graves”, além de uma “evidência limitada dos benefícios do medicamento”, explica, adiantando que a data efectiva da retirada do mercado em Portugal será comunicada até ao final do mês de Abril.

O organismo esclarece que esta é uma decisão para ser aplicada em todos os Estados-membros da União Europeia. Aos profissionais de saúde, recomenda que aconselhem os seus doentes sobre os tratamentos alternativos.

O Infarmed anunciou também esta segunda-feira a "suspensão imediata" do fabrico e comercialização e a recolha do mercado de todos os lotes do “sabonete líquido para as mãos” (nas cores azul, branco, rosa e transparente) da marca Laquibel, destinado à utilização em locais públicos.

Estes produtos contêm a mistura de conservantes “metilcloroisotiazolinona e metilisotiazolinona” numa concentração superior ao limite máximo autorizado em produtos cosméticos enxaguados, explica a autoridade do medicamento, em comunicado no seu site.

Quanto ao medicamento para o tratamento de rinofaringites, em Fevereiro o Infarmed tinha recomendado a retirada do mercado dos produtos que contêm o antibiótico de uso local fusafungina (Locabiosol), usado nomeadamente em amigdalites ou sinusites.

“Em Portugal encontra-se comercializado o medicamento Locabiosol 125 microgramas, solução para pulverização bucal ou nasal, indicado no tratamento local das afecções das vias aéreas superiores”, refere uma nota divulgada no seu site.

A recomendação da retirada do mercado surge na sequência de uma revisão de segurança do Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância do regulador europeu, que avaliou os riscos de reacções alérgicas graves em doentes a usar fusafungina, concluindo que os benefícios do medicamento não são superiores aos riscos.

“A maioria das reacções alérgicas graves ocorreu logo após o uso do medicamento e incluíram broncospasmo. Apesar destas reacções serem raras, podem ser fatais e não foram identificadas medidas que pudessem minimizar significativamente este risco”, acrescenta a autoridade do medicamento no comunicado em que divulga a posição do comité de avaliação europeu.

Foi ainda analisado o aumento de resistências bacterianas causado pela fusafungina, concluindo a Agência Europeia do Medicamento que não há evidências suficientes, apesar de o risco não poder ser excluído.