Coimbra pondera gerir Convento de São Francisco através de empresa municipal

Espaço deve abrir nos próximos quatro meses mas autarquia não se compromete com uma data nem avança programação.

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Com inauguração originalmente prevista para 2012, a abertura do Centro de Convenções e Espaço Cultural do Convento de S. Francisco em Coimbra deve acontecer nos próximos quatro meses. Ultrapassados os problemas técnicos e outros relacionados com achados arqueológicos que levaram aos atrasos nas obras, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, apontou esta quinta-feira a data da inauguração para a Primavera.

O autarca considera que ainda não chegou o momento para divulgar uma data precisa para a entrada em funcionamento do espaço cujas obras, inicialmente orçamentadas em 23 milhões de euros, já ultrapassaram os 40 milhões. “É prematuro anunciar neste momento”, disse aos jornalistas, no final de uma visita da secretária de Estados da Cultura ao local.

Em relação ao tipo de programação que o Centro de Convenções vai ter, trambém não adiantou muito. “É um trabalho que está a ser feito e será oportunamente divulgado”. Manuel Machado referiu-se à programação como estando “em preparativos e em estado adiantado”.

O modelo de gestão do espaço está igualmente por definir, sendo que a câmara pondera a criação de uma empresa municipal para o fazer. Sem entrar em detalhes, o autarca entende que “um pequeno aperfeiçoamento à lei 50”, introduzido no Orçamento do Estado para 2016, “permite um tratamento específico e ajustado a empresas municipais que se ocupem das actividades culturais”.

Manuel Machado considera que uma das questões principais passa por encontrar “um modelo de gestão compatível com a lei e com a operacionalidade que tem que ter um equipamento desta natureza”. Esta alteração à lei, afirmou, “vem trazer uma oportunidade” que a autarquia “não deixará de analisar”. Sobre a equipa que vai trabalhar no antigo convento, o presidente da câmara diz que ela está “em preparação” e que “é um processo a decorrer com todos os cuidados”, sem acrescentar mais.

Se muitos dos  espaços do complexo estão prontos ou em fase de acabamento, o mesmo não acontece com outras áreas relevantes, como o parque de estacionamento e a igreja adjacente. Quanto ao parque de estacionamento, que ao contrário de grande parte do equipamento não conta com financiamento comunitário, Manuel Machado garante que falta apenas o visto do Tribunal de Contas para fazer a consignação da empreitada de acabamento, por forma a que ele possa abrir até ao fim da Primavera. O mesmo não deverá acontecer com a igreja de São Francisco, anexa ao convento, para onde está projectada uma sala de espectáculos secundária.

Machado atribui os atrasos das obras na igreja às descobertas arqueológicas ali feitas. São “questões de ordem patrimonial”, afirmou, referindo-se ao espaço que ainda não tem pavimento e onde as paredes estão cobertas por andaimes. Sublinhando que foi encontrado um conjunto de frescos na igreja, o autarca estima que a intervenção possa “ficar resolvida” no primeiro semestre deste ano.

O investimento até agora realizado já ultrapassa 40 milhões de euros, mas Manuel Machado diz que o valor final será mais elevado. À factura falta adicionar a verba investida em equipamentos complementares, como o parque de estacionamento e a igreja, que terá que ser desembolsada pela município.

A obra para a edificação do Centro de Convenções e Espaço Cultural do Convento de São Francisco foi consignada em Outubro de 2010 ainda durante o mandato de Carlos Encarnação, mas as divergências entre a autarquia e o empreiteiro e os achados arqueológicos levaram ao atraso na conclusão.

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