Alterações climáticas
Singapura estica-se (ou quando a terra come o mar)
Nos últimos 20 anos, Singapura já importou mais de 517 milhões de toneladas de areia para expandir o seu terreno sobre o mar. Em 2030, espera ocupar mais 50 quilómetros quadrados. A cidade cresce, mas a destruição ambiental não fica atrás.
Em Agosto de 2015, Singapura celebrou o 50.º aniversário como república independente. Anos de forte crescimento tornaram-na num grande centro financeiro e de transporte marítimo internacional, com parques bem cuidados, edifícios modernos e um padrão de vida superior ao resto do Sudeste Asiático. A cidade tornou-se irreconhecível quando comparada à pequena ilha em 1965. De acordo com as estatísticas do governo, a sua estrutura física aumentou em 20% desde a independência, graças a um dos aterros marítimos mais agressivos do mundo. Com uma população de 5,5 milhões, distribuídos por apenas 719 quilómetros quadrados, Singapura espera expandir ainda mais nas próximas décadas, tanto para a habitação como para o crescimento financeiro e industrial. Nos últimos 20 anos, a cidade já importou mais de 517 milhões de toneladas de areia para expandir o seu terreno sobre o mar. A Indonésia, o maior fornecedor de areia de Singapura, proibiu em 2007 as exportações para a cidade, alegando que a extracção da areia provoca a extinção de várias espécies de peixe, a destruição dos recifes de coral e o desaparecimento de pequenas ilhas. A extensão de Singapura por meio de aterro marítimo tem também sido alvo de críticas por causar danos ambientais e alterações climáticas. Ainda assim, o governo está confiante de que em 2030, com o aumento da população, tenha espaço para ocupar mais 50 quilómetros quadrados, menosprezando as críticas e objecções políticas e ambientais.