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Ángela, a transexual que queria ser "miss mundo"
Tem 1 metro e 77 centímetros, longo cabelo castanho e olhos azuis. Ángela Ponce é uma beleza entre belezas no concurso Miss Mundo Espanha. Ficou para trás na corrida pelo pódio mas diz que a vitória foi mais do que alcançada — foi a primeira transexual a concorrer a este concurso de beleza e isso significam várias barreiras derrubadas. A "história diferente" da espanhola, natural de Sevilha, começou aos 11 anos, quando percebeu que não era aquilo que o seu corpo mostrava. Sempre soube, na verdade, ainda que não conseguisse "dar um nome ao que sentia", conta num vídeo da Fundação Daniela, que se dedica a defender os direitos das pessoas transexuais. Com mais informação, Ángela decidiu que ia lutar para ser quem realmente sentia ser. Em Abril de 2014 concluiu um longo e difícil processo de mudança de sexo, sempre com o apoio da família. "Quando era pequena, íamos com o meu irmão a uma grande superfície e os nossos pais diziam que podíamos escolher um brinquedo. Recordo-me de ir para as bonecas, pegar numa Barbie e dizer-lhes: é isto que quero. Nunca me disseram que não. O meu pai pegava na boneca e brincava comigo", contou à agência EFE. Ángela trabalha como modelo e quis tornar o seu caso público para combater preconceitos. O problema, diz a Miss Cádiz, está na "educação que recebemos desde pequenos". Apesar de não ter conseguido tornar-se na representante espanhola no concurso Miss Mundo, Ponce sente-se feliz com o passo dado. Continuaremos a vê-la nas "passerelles", sempre a desfilar uma outra batalha: "Temos de educar a sociedade para a diversidade."