Novo jogo da Santa Casa vendeu mais de nove milhões num mês
O Placard, de apostas desportivas, teve 150 mil apostadores no primeiro mês de actividade.
O jogo de apostas desportivas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), o Placard, teve 150 mil apostadores diferentes no primeiro mês e vendas de mais de 9,2 milhões de euros. Fernando Paes Afonso, vice-provedor da SCML, diz que o “balanço do primeiro mês é muito positivo” e ultrapassa as expectativas da instituição, que explora os jogos sociais em Portugal, como o Euromilhões e a raspadinha.
“Para nós é acima das expectativas porque este jogo é completamente novo. É mais exigente do ponto de vista da obtenção da informação por parte do apostador, tem uma curva de aprendizagem mais longa mas que está em velocidade acelerada”, diz Fernando Paes Afonso, vice-provedor da SCML. A evolução das vendas tem sido positiva e, a 20 de Outubro, chegou-se aos 740 mil euros num único dia. Quando o Placard começou a ser comercializado na rede de lojas com que a Santa Casa trabalha, a 9 de Setembro, venderam-se 80 mil euros.
Lançado onze anos depois do Euromilhões, o novo jogo foi a resposta da instituição às alterações na lei que lhe concederam o direito de exploração exclusivo das apostas desportivas à cota de base territorial, ou seja, feitas em espaços físicos (lojas). Neste tipo de modalidade, os participantes tentam adivinhar um ou mais factos que ocorrem num evento desportivo e o valor do prémio é determinado em função de uma cota previamente definida pelo departamento de jogos da Santa Casa e do montante apostado pelo jogador. Mesmo com uma aplicação e um site dedicado ao Placard, a aposta propriamente dita é sempre feita presencialmente. Fernando Paes Afonso diz que esta “é a grande diferença”. “A marca de tradição da Santa Casa são os jogos de proximidade. As pessoas jogam no ponto de venda, é a nossa tradição”, sublinha.
Quando as regras estiverem cada vez mais “interiorizadas”, espera-se um aumento do número de apostadores até porque, diz o vice-provedor, estes jogadores apostavam “na oferta ilegal online e agora jogam legalmente na forma física”.
Quando apresentou o Placard, a SCML avançou com uma previsão de receitas de 250 milhões de euros e lucros de 50 milhões de euros, alcançados quando o novo jogo já estivesse em “velocidade cruzeiro”. Os resultados serão canalizados para as obras sociais da instituição e, a cumprirem-se as estimativas, as apostas desportivas ocuparão o lugar do Totoloto como o terceiro jogo com mais vendas brutas depois do Euromilhões e da Raspadinha.
Em 2015, a SCML deverá conseguir receitas de 2100 milhões de euros, um novo recorde e uma subida de 12% em comparação com 2014. A evolução (que não contabiliza o efeito do Placard) é suportada por uma maior procura por parte dos portugueses. Entre 2012 e 2014, a proporção de apostadores sobre a população adulta subiu de 63% para 76%. A SCML estima atingir menos lucros do que no ano passado (587 milhões de lucros). No relatório e contas de 2014, a Santa Casa já referia que, apesar do crescimento das vendas brutas de jogos sociais, o rendimento diminuiu. Os maiores aumentos verificaram-se na Raspadinha e não nas modalidades mais rentáveis, como o Euromilhões e o Joker.
Nos próximos anos a SCML deverá aumentar mais a sua oferta, tendo em conta que também terá em mãos a exploração das corridas de cavalos. A intenção é ter este produto no mercado em 2016. Recentemente, a instituição esteve em El Jadidda, Marrocos, a visitar o Salon du Cheval, no âmbito da preparação de lançamento do novo jogo social do Estado. As apostas mútuas hípicas de base territorial estão, assim, em fase de projecto.