O fotógrafo polaco Marcin Plonka faz uma descrição "dramática e emocional" da cidade de Londres no seu projecto "Metropolitan", justificando que "procurava uma vida diferente da que vivia dentro da própria fotografia". Em entrevista ao P3 via email, Plonka contou que quando chegou a Londres, após ter terminado o curso superior, ficou fascinado pelo tamanho e vibração da cidade e por todas as possibilidades que lhe estavam reservadas. "Quando a poeira assentou, provavelmente passado um ano, já achava a cidade muito previsível, solitária e distante. É um sentimento muito comum entre recém-chegados, mas eu não estava ciente disso. Estava muito confuso sobre o novo rumo da minha vida e a fotografia funcionou como um escape do meu trabalho a tempo inteiro e da rotina diária. Comecei a fotografar as ruas de Londres sem sequer pensar em criar um projecto. Queria apenas estar fora de casa, ver coisas novas e estar envolvido naquele tipo de situações que só acontecem quando se tem uma câmara na mão." O alto contraste das fotografias de "Metropolitan" nasce a partir da sua necessidade de transformar locais que conhecia em cenários totalmente novos. "A combinação do flash e do preto e branco deram um aspecto totalmente diferente ao mundo que eu via todos os dias. Estava a lutar contra um céu nublado constante e este tratamento dava uma nova cara ao que se tinha tornado vulgar. Eu precisava de ser surpreendido." Marcin Plonka é um dos fundadores do colectivo fotográfico "People You May Know" cujo trabalho se centra nas novas formas de contar histórias através da fotografia documental. "Nos últimos anos tenho viajado muito, desde o círculo polar ártico até ao equador e fui reunindo muitas ideias. Neste momento estou a tentar traduzir toda essa experiência em linguagem fotográfica." Marcin Plonka vive actualmente entre Londres e Silésia (na Polónia) onde trabalha como fotógrafo, director de arte e designer. Ana Maia