Festival Para Gente Sentada sai de Santa Maria da Feira e instala-se em Braga
Concertos a 18 e 19 de Setembro no Theatro Circo, no GNRation e nas ruas. Cartaz está a ser fechado.
Festival Para Gente Sentada é uma marca da Ritmos – Agenciamento e Produção de Artistas e Espectáculos que encontrou em Braga, das cidades mais jovens do país, o palco ideal para a próxima edição. “Para manter a chama acesa e com alma, com artistas que continuassem a esgotar o espaço, com uma boa programação, era preciso investimento e não houve por parte da câmara [da Feira] essa disponibilidade”, adianta João Carvalho, da Ritmos. Braga ofereceu as condições que a produtora procurava e as malas foram feitas. “O festival tem um público fiel e nos últimos dois anos sentiu-se que faltava algum élan na programação. O festival precisava não só de ter continuidade como de crescer”. O caminho está traçado. O modelo de apostar em songwriters mantém-se, o conceito muda ligeiramente. Em vez de um espaço, há cinco em Braga. No Theatro Circo estarão essencialmente songwriters internacionais, o GNRation acolherá uma vertente mais rock e electrónica e haverá ainda pequenos concertos sobretudo de songwriters nacionais em três espaços na rua.
Neste momento, a aposta cultural da Câmara da Feira centra-se na programação regular e nas produções próprias e o Festival Para Gente Sentada acabou por sair de cena. Gil Ferreira, vereador da Cultura, assume a perda e admite que a opção é “essencialmente política”. “O festival teve o seu período, o seu contributo e importância no território e fez parte de um ciclo. No novo ciclo, a aposta está direccionada para as produções próprias, associadas ao novo projecto Caixa das Artes, e na programação regular como estratégia de capacitação e formação de novos públicos”, refere. “É necessário fazer opções estratégicas, políticas, com a execução de um plano e de um orçamento”, acrescenta. Tudo foi pesado na hora de reabrir o Cineteatro António Lamoso a 11 de Janeiro e depois de obras de remodelação do espaço que demoraram cerca de um ano. “Para termos programação regular, para termos cinema todo o ano, para termos música, teatro e dança, e algumas criações próprias, tivemos de prescindir de algumas coisas e prescindimos do Festival Para Gente Sentada num momento particular”. Gil Ferreira deixa, no entanto, a porta aberta. “No futuro, caso a proposta do festival seja suficientemente relevante, traga a essência do festival e um conjunto de nomes importantes, certamente que estaremos abertos”.