Ataque contra xiitas faz pelo menos 43 mortos em Carachi

Seis atiradores mandaram parar autocarro que pertencia à comunidade ismailita local e dispararam indiscriminadamente. Ataque foi reivindicado por grupo que se associou ao Estado Islâmico.

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Familiares das vítimas do ataque ao autocarro em Carachi Asif Hassan / AFP

Seis homens armados, que seguiam em três motorizadas, mandaram o autocarro parar e começaram a disparar indiscriminadamente para o seu interior. Há pelo menos 20 feridos, que foram levados para um centro médico da zona. Não se sabe se foram mortas crianças, embora haja relatos de que iam a bordo.

“Os atiradores chegaram em três motas. Começaram a disparar sobre o condutor e, assim que o autocarro parou, começaram a atirar sobre os passageiros sem distinção. Depois foram verificar se alguém tinha sobrevivido”, disse à AFP Najeeb Ahmed Khan, alto responsável da polícia local. Os autores do atentado acabaram por conseguir fugir do local.

Horas depois, o ataque foi reivindicado pelo Jundullah ("soldados de Alá"), um grupo dissidente dos Taliban paquistaneses que recentemente jurou fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico – grupo terrorista de inspiração sunita que controla vastos territórios no Iraque e na Síria e que tem conseguido garantir declarações de apoio de várias organizações por todo o mundo.

"Estas pessoas são ismailitas e consideramo-las kafir [termo que designa os infiéis]. Tivemos quatro atacantes", disse à Reuters o porta-voz do grupo, Ahmed Marwat. "Nos próximos dias iremos atacar ismailitas, xiitas e cristãos", acrescentou.

O número de vítimas mortais poderá subir, uma vez que ainda se desconhece quantas pessoas seguiam no autocarro, que pertencia à comunidade ismailita e que tinha como destino um local de oração, segundo a imprensa local.

“O autocarro tinha uma capacidade para 52 passageiros, mas estava superlotado com dezenas de pessoas a bordo”, disse um polícia, citado pelo jornal de língua inglesa The Express Tribune. “A maioria pertencia à comunidade ismailita [um ramo do xiismo]”, acrescentou.

Calcula-se que havia entre 60 a 65 pessoas, segundo a emissora estatal Radio Pakistan.

"Quem quer que tenha sido, temos de detectar o ataque e tomar acções contra os culpados", afirmou o líder do governo local, Qaim Ali Shah.

A minoria xiita do Paquistão – representa cerca de 20% da população – tem sido frequentemente visada em ataques de grupos sunitas. No fim de Janeiro, mais de 60 pessoas morreram durante um atentado numa mesquita na província de Sind.

Desde o início do ano, este é o quinto ataque de grande envergadura contra a comunidade xiita no Paquistão, de acordo com a Al-Jazira.

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