Fundação quer construir templo inter-religioso na Serra da Lousã
O espaço deverá estar pronto em 2016. Concurso público agora lançado visa edificar um espaço destinado ao diálogo entre várias crenças.
O presidente da fundação, Jaime Ramos, disse ao PÚBLICO que “a criação de um espaço espiritual que tivesse a ver com a tolerância, com o respeito e com a difusão de valores de paz mundial” era um objectivo desde o reconhecimento do estatuto de utilidade pública da instituição. Desde então, há sensivelmente seis anos, a fundação sediada em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra, tem procurado traduzir esse ideal num edifício. O templo será erigido na colina sobranceira ao Parque Biológico da Lousã, também propriedade da Fundação ADFP.
Jaime Ramos prevê que a obra, cujo concurso tem um valor base de 350 mil euros e um prazo de execução de 365 dias, arranque, o mais tardar, no Verão. O espaço inclui um edifício piramidal como lugar de reflexão onde não estará presente qualquer referência religiosa. Essas encontrar-se-ão no exterior da pirâmide, “onde estarão representadas várias religiões”, bem como um espaço referente ao ateísmo.
Um primeiro concurso tinha sido lançado em Outubro de 2014 mas teve de ser anulado devido a “um problema administrativo”. Embora as obras devam arrancar dentro de meses, o responsável admite que a fundação venha a candidatar-se a fundos europeus, no âmbito do QREN, atendendo à natureza do projecto.
Jaime Ramos refere ainda que, desde o início do projecto, foram mantidos contactos com “diversas entidades”, nomeadamente com várias comunidades religiosas (entre elas a Comunidade Muçulmana, a Hindu, a Budista e a Judaica) da Grande Lisboa. Também já foram estabelecidos contactos com a Associação Ateísta Portuguesa. Não estando estabelecido ainda um programa de actividades para o espaço, Jaime Ramos manifesta o desejo de organizar encontros anuais destinados ao diálogo entre várias crenças.