Nós Cidadãos entrega assinaturas no TC para se legalizar como partido
Concorrer às próximas legislativas é o objectivo desta formação política gerada no seio do Instituto da Democracia Portuguesa.
“Ao longo dos últimos meses reunimos mais de 11 mil assinaturas, mas nós gostamos de fazer com rigor as coisas e entregámos cerca de 8500”, mais do que as necessárias (7500) para ser um partido político, disse o porta-voz do movimento aos jornalistas, depois da entrega das assinaturas no Tribunal Constitucional (TC).
Mendo Henriques acrescentou que espera “que no prazo de dois meses” o movimento esteja “cá fora”. Concorrer às próximas eleições legislativas é um objectivo do movimento, que, segundo Mendo Henriques, já está a trabalhar num programa eleitoral. “A lei eleitoral obriga-nos a ser partido para poder dar voz aos cidadãos e, portanto, o primeiro horizonte que nós temos são as eleições legislativas”, sublinhou.
O Nós, Cidadãos tem origem no debate no seio do Instituto Democracia Portuguesa (IDP), associação cívica criada em 2007, e tem como horizonte para o seu primeiro combate as eleições legislativas de 2015. A reflexão política no IDP iniciou-se aquando da manifestação de 15 de Setembro de 2012 contra a taxa social única. A dimensão do protesto, à margem dos tradicionais canais partidários e das centrais sindicais, chamou a atenção para a importância do poder de convocatória da sociedade civil.
Nos órgãos sociais do Instituto Democracia Portuguesa, cuja presidência de honra é de D. Duarte de Bragança, estão, entre outros, Garcia Leandro, Armando Marques Guedes, Fernando Nobre, o juiz Rui Rangel, José Alarcão Troni, Francisco Cunha Rego, Rui Moreira e o actor Virgílio Castelo. Estes dois últimos, respectivamente, como presidente e vice-presidente da assembleia geral. Mas nem todos os membros do IDP estão associados à formação da nova entidade política.
Alguns integrantes de Nós, Cidadãos têm laços de amizade pessoal com dirigentes da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa, o terceiro grupo político do Parlamento Europeu, que albergou o PSD até este ter aderido ao Partido Popular Europeu. Esses laços pessoais são com Artur Mas, presidente da Generalitat – o governo autónomo da Catalunha – e com o ex-primeiro-ministro da Bélgica Guy Verhofstadt.