Direitos humanos
LBGT: na Rússia, a discriminação é legal
"Pavel responde, calmamente, à questão: 'Yes, I am gay…'. Mal conseguiu terminar a palavra gay, Pavel foi atingido por um murro. O jovem de fato-de-treino aguardava, obviamente, esta reacção." O fotógrafo Mads Nissen contou ao P3 que assistiu a este incidente, em S. Petersburgo, na Rússia. Nesse momento, pensou: "Estou revoltado. Como pode isto acontecer? Nos dias de hoje? Dar murros e pontapés e cuspir num rapaz tímido como o Pavel, simplesmente porque se sente mais atraído por homens do que por mulheres. É inacreditável. E não é justo. Algo tem de ser feito! Mas em vez de me envolver na luta, mantive a minha câmara nas mãos - e não a larguei até esta história ser conhecida pelo resto do mundo."
Em Junho de 2013, o Governo de Putin aprovou uma lei que criminaliza a "propaganda a práticas sexuais não-tradicionais", tornando assim ilegais os desfiles de Orgulho Gay ou manifestações pró-direitos LGBT. A discriminação não só é permitida como encorajada pela lei russa. Em consequência avolumam-se as manifestações homofóbicas. Situações de assédio e crimes de ódio violentos perpetrados por grupos religiosos ou nacionalistas conservadores são frequentes, nos dias de hoje, tornando difícil a simples existência de uma comunidade homossexual no país. Exemplo dessas manifestações é o programa "Occupy Pedophelia". Um grupo radical homofóbico produz um programa televisivo online que atrai homossexuais para encontros amorosos falsos; as vítimas deparam-se então com um grupo de nacionalistas conservadores armados que as humilha e tortura sexualmente enquanto tudo é filmado e colocado online. Outros exemplos foram retratados pelo fotógrafo da Panos Pictures neste projecto, intitulado Homophobia in Russia.
O fotógrafo dinamarquês venceu a 58.ª edição do World Press Photo com a quarta imagem desta galeria.