Zubizarreta e Puyol, dois símbolos que deixam o Barcelona na mesma tarde
À demissão do director desportivo, relacionada como castigo da FIFA, seguiu-se o abandono do adjunto da direcção técnica.
Foi uma passagem cravejada de críticas a de Zubizarreta pelo cargo de director desportivo. Desde a onerosa política de contratações (durante o seu reinado, que começou em 2010, o Barça gastou mais de 440 milhões de euros em reforços), à saída inglória do guarda-redes Valdés, passando pela perda de protagonismo dos jogadores da formação, foram várias as setas lançadas ao antigo internacional espanhol. A última delas, relacionada com o impedimento de inscrever novos atletas em 2015, foi determinante para o seu adeus definitivo.
Em causa estarão as declarações de Zubizarreta ao Canal Plus, no domingo, no final do encontro com a Real Sociedad, acerca da ratificação pelo Tribunal Arbitral do Desporto da decisão da FIFA de interditar por um ano as inscrições de atletas, por irregularidades detectadas na contratação de futebolistas menores. Embora tenha assumido parte da culpa, o até agora director desportivo (que foi guarda-redes dos catalães de 1986 a 1994) também apontou o dedo ao presidente do clube: “Como responsável pelo futebol, assumo as minhas responsabilidades, mas o senhor [Josep Maria] Bartomeu é quem melhor conhece a situação, pois era o vice-presidente desportivo naquela época”.
Esta afirmação em particular nãio terá caído bem junto da direcção dos “blaugrana”, que optaram por um comunicado publicado no site oficial para anunciarem a separação: “O presidente do Barcelona [Bartomeu]decidiu rescindir o contrato do até hoje director de futebol do clube, Andoni Zubizarreta. Em nome do clube, o presidente agradece o contributo, a dedicação e o profissionalismo de Zubizarreta durante estes anos”.
O castigo aplicado pela FIFA já motivou, de resto, o agendamento de uma reunião da direcção do clube para quarta-feira, estando prevista, no final dos trabalhos, uma declaração de Bartomeu, que nesta segunda-feira viu também Carles Puyol abandonar em definitivo os catalães. Somente três meses e meio depois de ter assumido o cargo de adjunto da direcção técnica, o defesa central que terminou na época passada a carreira de jogador disse adeus ao clube de sempre (de 1996 a 2014).
“Aprendi muito, estou muito agradecido e, agora, decidi experimentar outras coisas a partir de uma outra perspectiva e de outros lugares. Quero crescer tanto pessoal como profissionalmente para que, no futuro, oxalá possa regressar a esta casa e devolver tudo o que me deram”, explicou.