União Europeia endurece posição face a Israel

Documento confidencial propõe sanções caso o Estado hebraico continue a aumentar alguns colonatos em território ocupado.

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Mogherini diz que é preciso mais do que reconhecimento de um Estado palestiniano Emmanuel Dunand/AFP

Nesta terça-feira, Espanha votava uma recomendação para reconhecimento de um Estado palestiniano no Parlamento, tal como já tinha votado o Reino Unido, e se preparam para votar França, Irlanda e Dinamarca.

Estes votos seguem-se ao reconhecimento oficial do Governo da Suécia do Estado palestiniano, no final de Outubro, medida que levou a uma crise diplomática com Israel e a uma troca de acusações à volta de móveis Ikea (o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita acusou a Suécia de tratar o conflito com a simplicidade de quem monta um móvel da cadeia sueca; a sua homóloga sueca respondeu-lhe que nos dois casos era preciso um parceiro, cooperação e um bom manual”).

A Suécia afastou-se da posição da UE, que é a de reconhecer a Palestina “no momento apropriado”, mas insistindo que a prioridade devem ser as negociações de paz.

Sete países da UE (Chipre, Bulgária, Hungria, Malta, Polónia, República Checa e Roménia) tinham reconhecido a Palestina, mas fizeram-no antes da adesão à União.

A UE parece, entretanto, estar a endurecer a posição face a Israel. No primeiro encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros europeus com a nova responsável pela política externa dos 28, Federica Mogherini, o conflito israelo-palestiniano esteve no centro das conversações. Na declaração final dizia-se que os Estados-membros estavam “dispostos a aplicar medidas adicionais para defender a viabilidade da solução de dois Estados”.

Mogherini comentou ainda que “precisamos não só de reconhecimento” de um Estado palestiniano, “precisamos da construção de um Estado palestiniano que possa viver ao lado do Estado israelita em paz e segurança”.

A resposta que a União Europeia está a preparar foi entretanto divulgada pelo diário israelita Ha’aretz: numa proposta do responsável para o Médio Oriente do Serviço de Acção Externa, são pormenorizadas algumas sanções que a UE poderia impor a Israel caso houvesse acções que para Bruxelas comprometessem a solução de dois Estados – a construção em colonatos, mais particularmente numa faixa perto de Jerusalém, seria uma linha vermelha.

“Há uma grande frustração na Europa e tolerância zero para construção nos colonatos”, disse um responsável europeu sob anonimato, sublinhando que o documento “é apenas o início de um processo”.

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