Tensão ao rubro em Jerusalém após tentativa de assassínio de activista judeu
Israel impõe encerramento total do Monte do Templo pela primeira vez desde há 14 anos durante parte do dia. Líder palestiniano fala em "declaração de guerra".
Yehuda Glick foi vítima de um palestiniano, membro do grupo extremista Jihad Islâmica, que o tentou assassinar. O atacante foi morto a tiro na noite de quarta-feira, seguindo-se confrontos entre palestinainos e forças israelitas em algumas zonas de Jerusalém Oriental.
Em reacção ao ataque, o Pátio das Mesquitas “está interdito até nova ordem a todos os visitantes, mas de forma excepcional, aos muçulmanos que aqui vêm orar por causa das tensões actuais”, afirmou a porta-voz da polícia israelita, Luba Samri. Foi a primeira vez, nos últimos 14 anos, que Israel impõe uma restrição total. Restrições parciais quando há medo de violência, sobretudo a homens com idades inferiores a 45 anos, são mais comuns. A polícia anunciou entretanto a reversão da medida, embora se mantenha a “homens com menos de 50 anos”, segundo a agência francesa AFP.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, já classificou esta decisão como “uma declaração de guerra”.
Yehuda Glick ficou gravemente ferido e foi operado ao peito e ao abdómen. O ataque aconteceu quando a vítima regressava de uma conferência onde se discutia as reivindicações dos judeus a rezarem na zona muçulmana do complexo a que chamam Monte do Templo (e que os palestinianos chamam Haram al-Sharif), o sítio mais sagrado para o judaísmo mas onde se ergue a mesquita Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do islão, depois de Meca e Medina.
Glick é um conhecido defensor do direito dos judeus a rezarem em todo o Monte do Templo.