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No quarto, para dar visibilidade à identidade “queer”

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Hoje considera-se uma artista "queer" ou uma semi-activista. Amanhã não sabe. Certo é que a fotógrafa Anna-Stina Treumund, de 32 anos, acaba sempre por falar de sexualidade e do seu corpo. Porque o assunto lhe interessa. E, conta por e-mail ao P3, por uma razão política — "dar visibilidade à identidade/sexualidade queer e ao amor". A Estónia, de onde é natural, "ainda é, infelizmente, um país bastante homofóbico", onde ainda não consegue encontrar muitos feministas e/ou queers para dialogar artisticamente. Lésbica, vê o seu trabalho nesta área como um "mapa" do seu próprio conhecimento e experiências. "Desde criança que me sinto fascinada pelos jogos de poder que são os actos sexuais e pela forma como as pessoas os usam. Quando cresci e comecei a perceber que não me sentia atraída por rapazes, tive de inventar um comportamento para "flirtar" com raparigas e, depois, para saber o que fazer no quarto. Não havia filmes ou literatura sobre ser lésbica naquela altura. A primeira vez que vi raparigas a beijarem-se na televisão foi em 1998 num filme chamado 'Fucking Åmål'." Por isso, entra no universo BDSM (acrónimo de Bondage, Disciplina/Dominação e Submissão/Sadomasoquismo) a pedido de dominadoras e fotografa sessões para revistas eróticas queer. Ou convida amigos para participarem na sua próxima exposição a solo, parte do seu doutoramento na Eesti Kunstiakadeemia, onde vai dar uma leitura "queer" a obras de arte famosas com umas camadas de cultura BDSM, não só com fotografia, mas também com instalações e esculturas. AR