Arquitectura
Esta casa de xisto na aldeia transformou-se num “refúgio sustentável”
A Casa de Xisto tinha “potencial e muitos problemas” para resolver. É feita de madeira, aço, cal, tintas não-tóxicas e da pedra que sempre revestiu as paredes exteriores.
A casa foi construída há 30 anos e fica na aldeia de Canelas, em Arouca, bem perto dos Passadiços do Paiva. As paredes exteriores são feitas de pedra, os telhados e pátios revestidos de xisto e, no interior, não faltava “potencial” para ser habitada por uma nova família, explica ao P3 o arquitecto Paulo Carneiro, co-fundador do CAS Studio Architecture. No entanto, recorda, a época em que foi construída deixou visíveis “problemas técnicos, como a falta de isolamento térmico, ventilação e impermeabilização”.
Um casal norte-americano decidiu arriscar e comprou a velha Casa de Xisto em busca de uma vida mais tranquila para os dois filhos. Segundo o arquitecto, Kelli e Matt, os novos proprietários, esperam mudar-se definitivamente para a aldeia dentro de quatro anos.
“Os clientes queriam valorizar os elementos originais da casa resolvendo alguns pontos críticos. Têm uma forte preocupação com a sustentabilidade”, afirma. O atelier começou por tornar a casa mais confortável e eficiente a nível energético, instalando painéis fotovoltaicos e um sistema de recolha de águas pluviais. Depois de garantir que a habitação era auto-suficiente, tratou da parte arquitectónica.
No interior, demoliu paredes que separavam a cozinha e a sala de estar, acrescentou janelas aos estreitos corredores de acesso aos quartos e fez o mesmo nas áreas sociais para garantir acesso facilitado ao pátio. Nos meses de calor este espaço aquecia tanto que nunca era utilizado, situação que também foi resolvida.
“Abrimos janelas para garantir a entrada de mais luz natural e o carácter único do xisto também foi mantido nas novas intervenções. A pedra junto às escadas é a original, mas caiada. Utilizámos materiais ecológicos, como madeira, estuques à base de cal, pedra, cortiça, tintas não tóxicas e aço”, adianta o arquitecto.
As obras na Casa de Xisto começaram em Janeiro de 2024 e acabaram em Setembro. E a habitação com 30 anos, lê-se na descrição do projecto, transformou-se num “refúgio sustentável”.