Secretário de Estado das Florestas demite-se do cargo
Ministério da Agricultura fala em razões "de ordem estritamente pessoal".
A Presidência da República confirmou a exoneração “a seu pedido”, cerca das 19h. Por ora, não será nomeado um novo secretário de Estado.
Com 51 anos, Gomes da Silva tinha substituído Daniel Campelo no cargo no início de 2013, numa remodelação governamental em que saíram seis secretários de Estado e entraram sete. Antes, em 2011 e 2012, já tinha sido assessor de Assunção Cristas, quando esta tutelava o mega-ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.
Em Julho de 2013, Cristas perdeu o ambiente para o ministro Jorge Moreira da Silva, mantendo ambos a tutela bicéfala do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, uma situação que não agradava a Gomes da Silva.
Professor no Instituto Superior de Agronomia e consultor na Agroges, uma empresa de estudos e projectos na área da agricultura, Gomes da Silva já teria manifestado, antes do Verão, o desejo de deixar o Governo.
Numa nota citada pela Lusa, o Ministério da Agricultura e do Mar refere que Gomes da Silva pediu a exoneração “por motivos de ordem estritamente pessoal”. A ministra Assunção Cristas, diz a nota, “lamenta a decisão e salienta as qualidades pessoais, humanas e profissionais” do secretário de Estado.
“Ao longo deste período de colaboração intensa, posso destacar a enorme qualidade profissional e a excelência do trabalho do professor Francisco Gomes da Silva. A área das Florestas e o Desenvolvimento Rural são áreas fundamentais para o nosso país e continuarão certamente a estar na linha da frente do ministério por mim dirigido”, refere Assunção Cristas na nota.
Por ora, as funções desempenhadas por Gomes da Silva serão assumidas pela ministra e pelos restantes secretários de Estado – do Mar, da Agricultura, e da Alimentação e da Investigação Agro-alimentar. Será provavelmente a própria ministra Assunção Cristas a tomar conta da pasta, para a qual é possível que já não seja escolhido um novo secretário de Estado.
Numa entrevista ao PÚBLICO, em Março passado, Gomes da Silva defendeu as vantagens da Bolsa de Terras, mostrou a sua crença na capacidade de o país atingir a auto-suficiência alimentar em 2020 e defendeu a nova lei de arborização e rearborização, negando que seja um estímulo à eucaliptização do país.