Dois esqueletos no Reino Unido estiveram de mãos dadas durante 700 anos
O casal faz parte de um conjunto de 11 esqueletos encontrados na aldeia de Hallaton, em Leicestershire. Quando foram enterrados, havia aí uma capela.
Estes dois esqueletos juntam-se agora a outros nove que, ao longo dos quatro anos que dura a escavação em Hallaton – duas semanas por ano –, já foram encontrados no local onde estaria a Capela de St. Morrell. Com a escavação foi possível definir também a planta da pequena capela e do seu cemitério, diz a página da Universidade de Leicester, através de vestígios das paredes, das janelas e do chão em mosaico. Para a arqueóloga responsável pela descoberta, Vicky Score, o mais intrigante não é o facto de este homem e esta mulher estarem de mãos dadas, disse ao Daily Mail, mas antes o facto de terem sido enterrados na capela construída no século XIV, e não na igreja principal de Hallaton. A hipótese que levanta – a este jornal e no comunicado de imprensa – é a de estas pessoas terem sido criminosos, doentes ou estrangeiros e por isso não serem enterrados com o resto da comunidade numa igreja principal. Numa hipótese alternativa, este seria um local de peregrinação no século XIV com uma área para cemitério. Um largo número de moedas dos séculos XII a XVI encontradas no local mostra, diz a responsável, que naquele lugar passavam muitas pessoas, o que sustenta a tese do lugar de peregrinação.
O que está também a entusiasmar os arqueólogos é haver indícios de que a pequena capela terá sido construída sobre um edifício do império romano. “Fica claro que este é um lugar de importância desde há 2000 anos, pelo menos. Mas não sabemos o que aqui se passou durante 500 anos [entre o período romano e o medieval]”, disse Vicky Score ao Daily Mail. O casal de dedos entrelaçados – os dois terão idades semelhantes, avançam os cientistas – vai agora ser levado para as instalações da universidade para ser estudado. Nos outros nove esqueletos – a equipa de arqueólogos disse ao jornal da universidade que espera encontrar mais corpos –, o teste com carbono 14 revelou que pertencem ao século XIV. Entre eles há ainda o corpo de um homem enterrado com as pernas levantadas em direcção ao peito, e o de um outro, com um corte no crânio, que indica que terá sido morto com uma lâmina como a de um machado, possivelmente durante uma guerra.