Trabalhadores da STCP manifestam-se na sexta-feira contra "degradação do serviço"

Sindicatos dizem que a degradação da STCP é premeditada com vista à privatização.

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Nesta quarta-feira foram admitidos 20 novos motoristas. João Guilherme

Em comunicado enviado à Lusa, as organizações representativas dos trabalhadores (ORT) advertem que, actualmente, para cumprir a oferta prevista nas escalas de Inverno, a STCP precisa de mais de 140 motoristas.

“Neste momento, temos um défice brutal de motoristas. Acresce que, diariamente, a STCP deixa por realizar mais de 500 viagens em toda a sua rede”, acrescentam as ORT.

Para os representantes, esta degradação da STCP é aparentemente premeditada e tem como propósito “facilitar, aos olhos da opinião pública, a passagem do serviço de transportes, que a tutela pretende implementar para a Área Metropolitana do Porto para a administração privada”.

“É intuito do conselho de administração da STCP, protegido pela tutela, fazer crer à opinião pública que o transporte público prestado por uma empresa pública é menos eficiente que o que pode fazer uma empresa privada”, salientam.

As organizações estranham que “ninguém” fiscaliza a operação da empresa “na sua obrigação de cumprir o serviço público para o qual está mandatada”.

E “face ao incumprimento generalizado dos horários previstos”, adiantam, os motoristas enfrentam diariamente a “fúria dos clientes”, sendo “a insegurança já uma realidade, já que, amiúde, ocorrem situações de conflito entre motoristas e passageiros”.

Também o “recurso sistemático que é solicitado aos motoristas para fazerem trabalho suplementar, muitas das vezes alguns deles sem tempo para almoçarem ou jantarem, pode levar a situações de ocorrência gravosas”, sendo que responsabilizam administração da empresa e o Governo pela “insegurança que os trabalhadores vivem”.

A manifestação terá lugar à porta da empresa, pelas 10h30, seguindo-se uma conferência de imprensa.

O concurso público para a subconcessão da operação e manutenção da STCP e do Metro do Porto foi lançado a 08 de agosto.

Entretanto, o Ministério da Economia recebeu mais de 2200 perguntas por parte dos dez interessados na concessão, que levantaram o caderno de encargos, o que poderá conduzir a um adiamento dos prazos para a entrega das propostas.