ONU envia missão ao Iraque para investigar atrocidades

Violência no país provocou mais de 1400 mortos só em Agosto.

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Jihadistas celebram conquistas na sua "capital", a cidade síria de Raqqa Reuters

“Enfrentamos um monstro terrorista”, disse Mohammed al-Sudani, ministro para os direitos humanos do Governo iraquiano, co-autor com a França da resolução aprovada nesta segunda-feira pelos 47 países representados no conselho, reunido de emergência para analisar as denúncias que chegam dos territórios conquistados pelos jihadistas. São histórias de execuções em massa, sequestros, cercos, escravatura e abusos sexuais, conversões forçadas e recrutamento de menores. Cabe agora aos 11 investigadores mandatos pela ONU reunir provas e testemunhos com vista a abertura de um futur inquérito criminal.

O Iraque é cada vez mais um país de gente em fuga. Segundo os últimos números da ONU, mais de 1,6 milhões de pessoas abandonaram as suas casas desde o início do ano, das quais 850 mil só em Agosto – foi nesse mês que os jihadistas lançaram a segunda fase da ofensiva iniciada em Junho, provocando sobretudo o êxodo de cristãos, yazidis, xiitas, turcomanos e outras minorias que viviam nas regiões mais próximas do Curdistão iraquiano.

“A perseguição particularmente brutal” do EI contra estas minorias mais não é do que uma “limpeza étnica e religiosa”, afirmou Flavia Pansieri, adjunta da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, denunciando também possíveis crimes de guerra cometidos pelas milícias aliadas do Governo, como o ataque a uma mesquita xiita em que foram mortos 73 homens e crianças.

A ONU revelou nesta segunda-feira que só em Agosto a violência matou 1420 pessoas no Iraque, uma estimativa que admite ficar aquém da realidade por não ter meios para verificar a situação nas zonas controladas pelos jihadistas.

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